29 julho 2009

Ilusão

O fulano acorda de manhã e liga a televisão. Ainda meio ensonado, ouviu a notícia que lhe mudou a vida:
"Bom dia. Cristiano Ronaldo marcou o seu primeiro golo pelo Real Madrid!"
Ao ouvir aquilo, o fulano deu um salto da cama e, em pijama, saiu à rua a saltar e a gritar:
"Cristiano! Ronaldo! Cristiano! Ronaldo!"
Um velhinho, equilibrado numa bengala, ao cruzar-se com o fulano, perguntou-lhe:
"Ó meu filho, para quê tanto escabeche? O que se passa?"
"Não sabe? OCR marcou o 1º golo no RM!"
"Ai meu pacemaker! Ai Jesus! Verdade?"
E lá foram os dois, a cantar e a pular. O velho dava pulos de 2 metros, tentando acertar com a bengala nas placas de trânsito, e juntamente com o fulano cantavam:
"Cristiano! Ronaldo! Cristiano! Ronaldo!"
No passeio encontraram um paralítico que, estranhando o comportamento, indagou:
"Então, mas tá tudo doido? Que vem a ser isso logo pela manhã?"
"O CR marcou ontem o 1º golo no Madrid!"
O paralítico deu um salto da cadeira de rodas e caiu nos braços do velho. Depois saiu a correr e a saltar com os outros dois, com os quais cantava:
"Cristiano! Ronaldo! Cristiano! Ronaldo!"
Uma grávida que passava pela algazarra não se conteve em perguntar:
"Que barulheira! Mas afinal, o que se passa?"
"Minha senhora, foi o Ronaldo. Ele marcou o seu 1º golo com a camisola do RM!"
A grávida começou a ter contracções e pariu, ali mesmo, uma menina que logo trocou de sexo para que a mãe lhe pusesse o nome de Cristiano, Ronaldo ou mesmo os dois juntos. Juntaram-se todos no grupo e gritaram:
"Cristiano! Ronaldo! Cristiano! Ronaldo!"
Passaram por um desempregado, uma prostituta e um bêbado, que ao saberem da notícia transformaram-se em político, santa e jogador de futebol, respectivamente.
O PM vangloriava-se do êxito enquanto que o PR tentava vetar a lei que pretendia clonar o madeirense.
Cegos voltaram a ver, surdos voltaram a ouvir, mortos ressuscitaram, o Cláudio Ramos voltou a ser hetero, Portugal voltou a ser um país de jeito!
Ouvindo aquele barulho infernal, o estraga prazeres veio à janela e perguntou:
"Mas que car"#$% vem a ser isto! Um gajo não pode descansar?"
"Ó amigo, o CR marcou o 1º golo em Espanha!"
"E há quanto tempo foi isso?"
"Foi ontem, mais ou menos por esta hora"
"Há um dia, portanto"
"Sim, porquê?"
"Porque desde ontem não fez um catso das Caldas e já ganhou mais 25000€. "
Ao ouvirem aquilo, todos ficaram em silêncio. O mundo acabara de desmoronar.
O velho teve, imediatamente, uma paragem cardíaca; o paralítico caiu em cima do monte de corpos dos ressuscitados que, entretanto, tinham voltado a morrer; os cegos tentavam fugir do Cláudio Ramos com indicações dos surdos; a prostituta negociava com o desempregado já que o bêbado, há muito, tinha adormecido; o PM acusava a oposição pela loucura generalizada e o PR vetava um projecto de lei qualquer.
Portugal perdera a ilusão e voltou ao normal: o país tacanho que sempre fora.

28 julho 2009

Pai sofre II

Sexta-feira passada, depois de um dia de trabalho e 250 Km de buraco com um pouco de estradas, fui à consulta de obstetrícia com a minha grávida.
Como a minha senhora tem a vã esperança de que a consulta comece a horas, chegamos cerca de 15 minutos mais cedo do que era suposto.
Resultado: em vez de esperarmos 1 hora, esperamos 1h e 15 minutos...
No entanto, o intuito deste post não é falar mal do facto de ter estado à espera, este post tem, como fundamental objectivo, explicar a tormenta que é passar 1h e 15 minutos a ver os "morangos com açúcar"!
Aliás, antes de mais, gostaria de saber uma coisita (se alguém me puder ajudar): porquê raio, todas as salas de espera deste país, equipadas com uma televisão, têm, como canal de eleição, a TVI? Já estive 45 minutos, numa sala de espera dos HUC, a ouvir a voz esganiçada da apresentadora do programa da manhã daquela estação, lado-a-lado das estroinas e coloridas roupas do Goucha! E não se pode fugir; está-se ali a ouvir, sim porquê para não ver basta virar a cara, mas meter dois dedos (ou outros objectos) nos ouvidos dá mais nas vistas.
E lá estava eu, petrificado. O medo não vinha do facto de saber que a consulta iria demorar,isso eu já tinha assumido como fatal, mas sim, do tempo de espera até ter a consulta. Poderia ser meia hora, 45 minutos,...
, e isso assustava.
Mudei de cadeira para uma que estivesse a uma distância na qual a imagem ficasse mais distorcida e o som chegasse em piores condições. Tal era ridículo numa sala de 20 m2
, mas o desespero tem destas coisas.
Desisti e resolvi que tentaria ver o mínimo possível. Tentei me acalmar com o facto de que poderia me interessar com qualquer coisa que estivesse na sala de espera e, assim, o tempo passaria mais depressa. Olhei à volta e pensei comigo mesmo no que, dentro de uma sala de espera de ginecologia/obstetrícia, teria o condão de me distrair. Nada. Não existe nada num lugar desses que distraia um homem. As revistas são de gajas, os poster são de aparelhos genitais femininos (sãos e doentes), as doentes/utentes só falam de coisas de gaja ou mal de outras gajas. Mesmo as fotos de mulheres nuas das revistas são de senhoras prenhes, algo que não desperta grande interesse em mim. Eu sei que existem taras por grávidas, epá, mas não é muito a minha "cena".
Restaram-me os comerciais da televisão, mas mesmo esses estavam todos virados para a desneuronização imberbe: girl-band que não lembro o nome, 200º CD dos morangos e reclame das, infindáveis e inúmeras, novelas da TVI.
Já disse que a TV estava em altos berros? Isso é outra coisa que acontece muito em salas de espera, mas fica para outro post, qualquer dia.
Continuando...
Falei, à minha esposa, que só o meu amor por elas fazia com que ainda não tivesse atentado contra a minha própria vida. Expliquei que estava assim por perder a "virgindade" dos morangos. Ela riu-se e disse que era por uma boa causa.
Via a minha vida a andar para trás e rendi-me à triste evidência de que teria de esperar e aguentar todo aquele cenário.
Os comerciais acabaram e voltaram as cenas da novela (?) adolescente. Decidi que iria prestar atenção para tentar encontrar assuntos de interesse para escrever um texto neste blog. Imaginei que seria simples, afinal tratava-se de um alvo fácil, tantas vezes ironizado e ridicularizado, tal e coisa, coisa
e tal... mas ainda foi pior. Aquilo não tem ponta por onde se pegue. Enredo? Figurino? Eu com uma handycam e dois putos escolhidos à sorte, à porta de um liceu qualquer, faria um trabalho muito melhor e, se tremesse um pouco a câmara, até colocavam o selo "independent cinema"!
Olhem que até têm o Nicolau a fazer de avô! Depois de "corrupção", "call girl" e afins, o quê porra faz ele aqui? Mas "prontos"...
A série(?) recomeçou com um casal de miúdos, que supostamente tinham menos de 16 anos, com uma brutal caneca de jola cada um, a falar de política estrangeira, cinema francês e literatura romântica; ok, não era bem isso, mas como não ouvi o diálogo supus que talvez falassem disso. Então o quê me chamou a atenção nesta cena? Toda a cerveja que bebi na vida não enchia a caneca daquelas personagens. Como é possível combater o alcoolismo adolescente se se passa a ideia de que é "cool" beber? Parabéns aos criadores desta treta.
Siga o baile.
Na cena posterior, aconteceu um flerte entre dois mini-actores. Na minha altura, as trocas de olhares duravam cerca de 0,001 seg e só eram detectadas por outros olhos muito atentos e... interessados. Depois disso passava-se a outros estratagemas: sorrisos, gestos e, se se tivesse coragem, partia-se para uma conversa. No flerte da TV, a rapariga choca, literalmente, nariz contra nariz, com o rapaz e... nada acontece; ficam mais uns intermináveis 2 minutos da cena a olharem-se fixamente, como um cão para a montra de um talho, com a saudável companhia de um Shot, sem nada dizerem ou fazerem. Assim, se dependesse deles, a humanidade desapareceria num futuro não muito longínquo; primeiro porque nada aconteceria, segundo porque, mesmo que acontecesse, o álcool diminui a espermatogénese.
À medida que as cenas foram passando, reparei que não havia ninguém feio dentre as personagens; ninguém nem gordo demais, nem magro demais; os rapazes altos, magros e com despenteados da moda; as raparigas de 16 anos, com corpos de 23, sem pingo de gordura e bronzeadas. Mas que puta de utopia! Quero já saber onde ficam as filmagens, catso!
As cenas na praia despertaram, um pouco mais, meu interesse. Dei uma cotovela, ao de leve, para chamar a atenção da minha senhora:
"Olha ali"
"O quê?"
"Olha aquela miúda a passar por trás dos actores"
"Tá com fio-dental, e daí?"
"E a que está a passar agora?"
"Hum... também. E as outras que estão deitadas também"
"Tá na moda?"
"Acho que não"
"Então fomos invadidos por cariocas..."
Comecei a imaginar a minha filhota a ver aquilo. Pensei em desprogramar a TVI lá em casa, de investigar bons colégios de freiras e falar das vantagens, beleza e pureza do lesbianismo. Pensei também na inutilidade de tudo isto e no chavão do "o que é proibido é mais apetecido". Não facilitam nada a vida de um bom pai (gaba-te, cesto...).
Pensei que tudo iria correr bem e que teria de ter fé no futuro...
Levantei-me e fui ter com a secretária.
"Boa tarde"
"Boa tarde"
"Poderia pedir-lhe o favor de mudar a TV para a RTP2? É que está a começar "a fé dos homens". Obrigado"

22 julho 2009

6º sentido?

Tu estás aqui, mas não te vejo. Sinto-te.
À minha volta sinto tua presença. Eriças-me os pelos do corpo; ainda me assustas. Não consigo acostumar-me com a tua companhia.
Não sei o que queres, não sei o que pretendes, se me ajudas, se me assombras. Estás aqui e não te apresentas.
Por vezes ausentas-te por um tempo, mais regressas sempre à casa de partida. Há anos que é assim.
Hoje escrevo para tornar física a tua presença, para comunicar de outra forma.
Será que me ditas estas linhas? Será que faço-te esta vontade?
Tenho os pelos eriçados novamente... talvez as respostas sejam "sim".

20 julho 2009

Pai sofre

Domingo. Passado o humor tempestuoso dos últimos dias, arranquei com a minha senhora para o Fórum Coimbra. Ela tinha pensado em comprar coisas para o enxoval do bebé.
Como, futuro, pai interessado que sou, não coloquei qualquer entrave e lá fomos nós para a cidade dos estudantes. Fiz os possíveis para ignorar o facto de ser domingo à tarde e, provavelmente, toda a população do mundo e arredores preencher aquela superfície comercial.
Chegando lá, nos dirigimos à única loja que interessava no momento: pré-natal.
Antes de mais, queria dizer que desconhecia por completo o conteúdo de um enxoval de bebé. Marinheiro de primeira viagem, não fazia ideia das milhentas coisas a adquirir para receber o fruto do pecado. São roupas, lençóis, edredões (é assim que se escreve?), detergente próprio para a roupa, "canguru"(?), etc, etc...
Chegando ao dito estabelecimento, fomos observando tudo o que estava à disposição. Eu comecei a desconfiar que a máquina de etiquetagem dos fulanos só tinha 3 algarismos: 30, 70 e 105. Tudo custava 30, 70 ou 105 €, passe o exagero.
"Quanto custa isto?", perguntava eu.
"São 70€", respondia a solícita vendedora, quase uma voz robótica.
E continuamos a vasculhar.
Pedimos um catálogo. Como pode uma loja de coisas para bebés ter um catálogo com quase 200 páginas? Como é possível existir tamanha quantidade de produtos para essa faixa etária?
"Já comprou almofada? E roupinha do 1º dia? E para a maternidade, já tem roupinhas? E mala para levar para a maternidade? E isso e aquilo, já têm?"
Confesso que senti uma leve vontade de abater a moça; sempre que eu pensava ter posto no monte o último produto, lá vinha ela com uma nova pergunta.
"Então, e já tem a faixa pro pós-parto?", mas ela ainda nem teve a criança, catso!!! " Tem aqui a nossa linha de produtos para o banho, fraldas, toalhetes, chuchas, biberons, banheiras, termómetros, blá, blá, blá, yada, yada, yada, etc, etc "... deixei de ouvir, entrei em transe zen e comecei a imaginar um mundo soterrado em toalhas felpudas com ursinhos e girafas, os bebés a planarem sobre as nossas cabeças como as pombas de um jardim no verão, libertando o mesmo que as aves, na cabeça dos incautos transeuntes...
"Olha, gostas mais deste ou deste?" perguntou a minha mais-que-tudo, numa esperança vã de que eu desse a carta de alforria ao meu cromossoma X.
"Hum...", fazendo cara de pensador, "o que tu quiseres, amorzito".
À esta altura do campeonato já tinha deixado de imaginar a conta no final da aventura e tinha desistido de ir à FNAC, o meu único lugar de interesse no centro comercial.
"Já adquiriram o carrinho? E o ovo, a alcofa, a cadeirinha, ..."
A estimativa de gastos que tinha no início já havia sido pulverizada há muito e começava a ficar abatido.
Decidi abandonar, por instantes, a dupla de senhoras e fui dar uma volta pela loja. Entretive-me a ver a quantidade de coisas que existem para proteger a criança: protectores para tomadas, armários, frigorífico, sanita (!), se é para proteger tanto, mais valia não ter a miúda. Vasculhei, depois, outras secções: brinquedos, carrinhos, roupas para a grávida, lingerie para grávida, produtos de limpeza, e outras tantas coisas que ainda estou a tentar perceber para o que, em nome de Deus, servem.
Achei piada ao soutien de amamentação. Aquilo parecia a porta de um castelo medieval e quase podia ouvir o ranger do fecho e o barulho da abertura a bater, pum, libertando uma aréola rosada e... fiquei vermelho, por segundos.
"Anda cá", a doce voz do meu amor chamava, e lá fui eu, bem mandado, "olha essa roupinha, tão gira".
Pensei comigo mesmo: "se disseres "fofinha" és um homem morto".
"É gira é", e, de soslaio, espreitei o preço, "mas de repente não gostei da cor..."
Depois de escolher alguma "mudas" de roupa, fomos ver o "canguru".
"Isto é simples" disse a vendedora, "apertam esta patilha, depois tem este botão aqui, mais este fecho, dão a volta por este lado, reviram isto e depois apertam assim e (se tiverem sorte) já está!".
"E ponho o bebé onde?", chalaço.
Passadas duas horas, chegou o momento da verdade: o pagamento. As duas carregaram-me como um iaque tibetano e lá fomos nós para a caixa. Quase precisei de um GPS para me orientar.
Depositei tudo na superfície brilhante da mesa de pagamento e começaram os "bips". As senhoras da caixa, a vendedora e a minha grávida conversavam, alegremente, sobre o maravilhoso mundo da maternidade; eu suava.
Inúmeros "bips" depois, a sentença:
"São XXX,XX €", faxavor.".
"Ó mulher, acho que vai ser filha única a nossa bebé!"
"Porquê?"
"Acabaram de me cair os tintins e rolaram para baixo daquele armário..."

18 julho 2009

Espírito suídeo

Há dias em que o humor resolve meter folga. O seu lugar é ocupado por algo negro, sujo, inespecífico. Tudo, por mais belo que seja, transforma-se em alguma coisa disforme e feia. As manhãs solarengas são prenúncio de tragédia, os pássaros que cantam são só corvos, a música que se ouve é gótica e as pessoas são apenas amálgamas de carne, sangue e ossos, seres desprovidos de sentimentos ou afectos.
Nesses momentos tudo tem defeitos, todos os jogos acabam em derrotas, todas as ideias já estão ultrapassadas, todos os amigos estão longe mesmo quando estão ao nosso lado.
Vive-se numa espécie de bolha, numa tentativa infrutífera de isolamento. E quando essa bolha não faz o seu trabalho o dia torna-se ainda mais cinzento.
Ontem foi um dia destes e anteontem também.
O espírito de porco transformou-me num pessoa ranzinza, amarga, azeda, que por trás de um sorriso esconde um humor que varia mais que as cotações da bolsa de Tóquio.
Não gosto de mim nesses dias. Fico monossilábico ou aceno com a cabeça, nunca inicio conversa, faço apenas meu papel, viro figura de corpo presente. O contacto lúdico com os outros dói e aplico-me para retribuir conversa de ocasião.
Nesta alturas de revolta sem sentido, revejo os tratados de psiquiatria tentando me incluir num dos inúmeros desvios de personalidade, e isso é a das poucas coisas capazes de me divertir.
Hoje já estou melhor, já vejo algum raios de sol por entre as nuvens carregadas, mas, mesmo assim, preciso de uma purga do mundo. Fico, então, em casa a ouvir música, a escrever... de quarentena, para não recidivar.

13 julho 2009

Negas

"Notas sobem a Matemática, mas pioram significativamente a Português" Expresso

Segundo o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, estes resultados vêm provar que, afinal, o governo não facilitou as provas nacionais.
Para mim, no entanto, estes resultados vieram provar que o governo não conhece os estudantes que têm...



Edit: não pude deixar de postar esta caricatura do Henricartoon. Para ver maior aqui

12 julho 2009

Perfeição

Como há dois anos, só tenho a dizer que foi maravilhoso, extraordinário, sobrenatural, excepcional, singular, extravagante, memorável, virtuoso, notável, ímpar, único, incrível, inexplicável, inverosímil, inacreditável, raro, belo, magnífico, lindo, excelente, elevado, magnânimo, excelso, exímio, delicioso, eminente, insigne, ilustre, preclaro, ínclito, mitológico, assinalável, distinto, sublime, egrégio, monstruoso, magnificente, portentoso, nobre, original, extravagante, caprichoso, fantástico, irreal, utópico, fabuloso, sensacional, formidável, admirável, óptimo, enorme, poderoso, assombroso, estupendo, descomunal, colossal, esplêndido, deslumbrante, brilhante, sumptuoso, espectacular, regozijante, surpreendente, magistral, primoroso, exemplar, distinto, proeminente, inconfundível, inolvidável, superior, invulgar, especial, exclusivo, encantador, majestoso, arrebatador, augusto, pomposo, vasto, imponente, grandioso, faustoso...

E de novo, simplesmente perfeito!

Tal como ele prometeu, espero que regressem em breve.

09 julho 2009

Bah!!!

"Cientistas britânicos alegam ter criado esperma humano" in A Bola

Alguns comentários a esta notícia:

1- Eu não sou cientista e já faço isso há algum tempo;
2- A ver a foto do cientista da notícia, acho que esta é a única forma de fazer passar o próprio esperma;
3- Isso terá alguma coisa a ver com o nome do jornal onde fui buscar a notícia?
4- Se criarem também um óvulo, nascerá o que? Um robot?
5- Gastar dinheiro dos contribuintes neste estudo é manda-los pró car$%&#, não?

Descubram lá é a cura para a estupidez que eu vou para a fila...

08 julho 2009

Saudade

Tenho saudade. Saudade de quem ainda não conheci, de quem está, calmamente, a chegar.
E longe dela, sinto-me só, mesmo acompanhado.
Como se pode amar alguém que não se conhece? Como se sente a falta de uma pessoa da qual não se reconhece a face, a voz, o olhar...
Menina, estou longe de ti agora, mas, ao mesmo tempo, perto, numa outra dimensão. Numa dimensão para lá da carne e sangue; numa esfera maior, numa em que, irracionalmente, parece que te conheço há mil anos.
Alguns chamam a esse lugar "amor". E eu já te amo, há tempos, por mais insensato que esse amor possa parecer.
E nestas noites longas, difíceis de passar, longe de ti, eu te espero.


E estes meus amigos vão dando algum alento
...

04 julho 2009

Improficuidade

A minha relação com o slb é tão boa como aquela que existe entre Portugal-Espanha, Brasil-Argentina ou Inglaterra-França. É quase bélica. É um odiosinho de estimação. Desculpe-me a maioria benfiquista que por aqui passa os olhos.
Podem perguntar de onde este sentimento vem e respondo que vem do mesmo lugar em que nasce o ódio ao FCP: dos dirigentes. É esse o cancro.

Escrevo hoje sobre os vermelhos dado ao facto de haver eleições no clube.
Eleições. Há pouco houve um escrutínio para o parlamento europeu com cerca de 65% de abstenção. Qual foi a abstenção ontem? Quanto tempo se falou sobre eleições europeias e quanto tempo se falou de eleições do slb? O que de importante trás, para o país, o facto do Vieira ter sido reeleito? Quantos postos de trabalho cr
ia? Tira-nos da crise? Diminui a violência no país? Aumenta as pensões? Tira-nos do entorpecimento?
E escrevo também devido a um episódio ridículo que aconteceu no final.

Mas antes um à parte: eu não acompanhei as eleições, preferia emigrar, mas a insistência com que as tv's procuravam dar importância ao acontecimento fez com que , acidentalmente, desse de caras com o dito episódio.
Como dizia (escrevia), no final de tudo, resolveram levantar-se, por uma mão no peito e cantar o hino nacional. Parecia uma equiparação da instituição desportiva à importância da república; uma expropriação do hino em favor de um acto e
leitoral tão importante quanto a eleição do presidente da Associação Recreativa de A-da-Gorda.
Mas o pior não foi isso. Ao mesmo tempo que a multidão cantava, o que
sabia, do hino, os jornalistas resolveram entrevistar o Sr. Rui Costa. O hino da República de Portugal subjugado à opinião banal de um dirigente desportivo. Em determinados países (e não só os radicais e ditatoriais), isto dava prisão...
E a cereja é a afirmação do Sr. Vilarinho. Pura classe, elevação e elegância: marca de alguns, repito, alguns benfiquistas: aqui.

03 julho 2009

Abutres

Estou um pouco farto que tratem a totalidade dos indivíduos deste país como idiotas. Devem pensar que nos enganam a todos e que os portugueses só estão preocupados com as eleições no slb ou com o Ronaldo. Daí acharem que a generalidade se está a borrifar para o que acontece naquele hemiciclo da capital da república.
Ontem, após o tourear do ex-ministro com um dos bois do parlamento, todos os líderes de bancada vieram cantar vitória. Querem ser, à força toda, os responsáveis pela abrupta saída de cena do toureador.
Francisco Louçã referiu isto: "Tem que ficar claro que um ministro que não sabe estar não pode estar.". É isto mesmo, o BE é que é.
Paulo Rangel veio dizer que "o PSD foi o primeiro partido a, formalmente, através de uma interpelação, pedir que houvesse consequências políticas para além das desculpas formais que tinham que ser feitas no Parlamento a todos os deputados". Sim o PSD é que é.
Diogo Feio afirmou que "há muito tempo que pedimos a demissão de Manuel Pinho e o que hoje aqui acontece é um resultado natural...". Afinal, o CDS é que é.
Bernardino Soares referiu que "Este ministro há muito tempo que tem razões para não continuar no Governo". Esqueçam o que escrevi antes, o PCP é que é.
Mas, o melhor veio da própria bancada socialista com o porta-voz do PS a dizer que "a questão foi resolvida com eficácia. Foram pedidas as desculpas devidas e, neste momento, o que é preciso assinalar é o trabalho que o ministro Manuel Pinho fez no ministério da Economia". Parem tudo! O PS é que continua a ser.
Acho que nós, portugueses, devemos ficar orgulhosos de tanta alegria parlamentar, sim porque isto já corre o mundo! É um exemplo da saúde da democracia, da classe dos nossos políticos e da talento em arte dramática daqueles que, supostamente, nos governam.
Tudo isso por um ministro que não vale um corno, mas que no fim até mostrou dois!



Faz-me lembrar:

"Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar"

Jorge Palma

02 julho 2009

Diabruras

Já diz o povo que uma imagem vale mil palavras, mas ao ver a imagem acima só me ocorre uma: Fuuuoooooddaaaa-seee!!!