29 março 2013

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Foi há 8 anos atrás que uma amiga chuvosa, dona de um céu de nuvens cor-de-laranja, me apresentou à blogosfera. Mostrou-me o seu próprio estaminé e criou-me uma estranha vontade de entrar neste negócio virtual. Assim nasceu o mundo catso. Mas não se enganem: o mundo já era catso muito antes deste nascer.
Ao longo desse tempo foram muitos os que "conheci"  por aqui. Conhecer nesta dimensão informática tem outra definição. Não se toca, não se ouve, não se sente. Lê-se e imagina-se como serão os donos das imagens e das letras. De alguns conheço o rosto, culpa de algo maior que lentamente está a destruir esta forma de comunicação blogueana: o Facebook. Doutros, faço eu próprio a minha criação mental. Descansem esses, pois elas são todas lindas, gostosas e vestidas a rigor para a participação num filme erótico da Palyboy TV; eles, são homens e não ando a criar imagens de machos na minha mente, recrio-os como personagens simpsonianas - amarelos, esteriotipados e com abdómenes cervejeiros. No entanto, encaro-os todos como amigos, mesmo que virtuais, já que muitos comungam das minhas ideias e, os que não comungam, costumam debater com educação. 

É raro lembrar-me do aniversário deste espaço. Talvez o tenha feito apenas por duas ou três vezes ao longo deste período. Talvez este ano me tenha lembrado justamente porque o tasco tem sido negligenciado pela gerência nestes últimos tempos. Não porque o mundo tenha deixado de proporcionar estupidez, essa parece infidável, mas porque o Catsone (que por vezes gosta de usar a 3ª pessoa) tem tido tempo para quase tudo e a blogosfera parece fazer parte desse "quase" que está a ser esquecido.

Já muito aprendi por cá. Já muito me diverti. Já muito desabafei. Espero, mesmo que esporadicamente, manter-me por aqui a ver a bola por mais algum um tempo.



26 março 2013

Opinadeiros

Homenagem a MRS e JS:

"Era um homem tão letrado, tão imensuradamente letrado, que um dia comeu uma sopa de letras e obrou um romance com um cheirinho à Margarida Rebelo Pinto..."

14 março 2013

Exame esquisito

Da prática no Centro de Saúde 
 ...então o doente aborda-me no corredor do Centro de Saúde visivelmente transtornado. 
"Dr. precisava muito de falar consigo. Parece que tenho algo grave na próstata!", enquanto esbracejava nervosamente com um exame que tinha feito. 
Digo-lhe para aguardar e que, no intervalo entre consultas, falaria com ele.

Algum tempo depois, e para evitar conflitos com outros utentes/doentes/pacientes/clientes, chamei-o e pedi que me explicasse o que se passava. 
"Pois, xôtor, fui eu que fui a um rastreio e disseram-me que tinha a próstata em mau estado. Até lhes disse que calhava bem já que tinha este exame para mostrar ao meu MF!" 
O exame em causa era uma ecografia prostática pedida por mim mesmo e que, para um indivíduo de 60 e tais, nem estava muito má: um ligeiríssimo aumento do volume. 
"Mas ouça lá, o Sr. tem alguma queixa urinária?" 
"Não"
"Fizeram alguma análise ao sangue?" 
"Não" 
"Mas que rastreio era esse?" 
"É daquelas barracas que medem a tensão e o colesterol" 
"Mas como, em nome de um deus qq, e baseado em quê, concluíram que tinha um problema grave na próstata?" 
"Ó, xôtor, eles têm uma máquina extraordinária. Nós pomos o dedo lá dentro e a máquina mostra o nosso corpo todo!!!" 
"Desculpe. O senhor está a brincar comigo? É que para avaliar a próstata é exactamente ao contrário: constumam é enfiar o dedo (ou a máquina [eco]) em nós!" 
Tranquilizei o doente e continuei as consultas.

É difícil manter uma "poker face" nestas situações...