25 setembro 2012

A pacifista

A Anouc não se conforma!
É para ela os meus 5 minutos dedicados ao "memecreator", lol







Aceitam-se mais ideias.

23 setembro 2012

Culinária actual: receita anti-crise

Não sou o Jamie Oliver, não tenho o seu salário e o meu inglês é macarrónico. No entanto, com os ingredientes certos vou, por vezes, arriscando na cozinha.
Trago, por isso, uma nova receita que, neste tempo de crise, criei há alguns dias atrás.
Espero que gostem, que experimentem e que dêem o feedback do resultado.


Coelho no tacho

À CAÇA:

Saia para caçar o Ma(is)cedo possível, na Assunção do dia, na Crista da manhã.  Comece por procurar um gordo e suculento Coelho. Este pequeno mamífero costuma dar os seus primeiros Passos do dia nas Relvas frescas dos campos de São Bento.
Ao identificar o animal, caminhe cuidadosamente na sua direcção e, com um pesado Cavaco ou um Ferro antigo oxidado, lhe acerte um golpe Seguro nas têmporas. 
Aguarde um momento até o bicho parar de estrebuchar e leve-o para a casa. 
Nota: apesar da aparente violência, este é um prato ecológico, seguindo a tendência da nouvelle cuisine Verde.


O PREPARO:

Por ser uma animal selvagem, o Coelho deve ser limpo cuidadosamente. Dessa forma, coloque o corpo num balde com água a ferver para que lhe saiam os parasitas mais comuns desta espécie: piolhos, pulgas, deputados, jotinhas e secretários de estado.
Tal como qualquer roedor, também o Coelho tem a irritante tendência de deitar o dente a tudo que o rodeia. Com uma faca afiada (de preferência da marca que nos patrocina a todos - Troika), esventre o animal e retire os seus rendimentos que lhe foram roubados. Tome cuidado com a vesícula biliar: o chamado fel que retém é rica em substâncias amargas e tóxicas tal como bicarbonato de sódio, colesterol, mentiras e arrogância.
Com o animal perfeitamente preparado, retire-o do tacho em que se encontra e enfie directamente num forno qualquer dentro de uma nova Louçã. Não é necessário ser um forno industrial, aliás, nem é necessário ser num forno, pode ser numa pira ou mesmo num incêndio florestal.
O tempo de cozedura deve ser variável. Confie nos seus sentidos. Se começar a cheirar a esturro estará no ponto.

O ACOMPANHAMENTO:

Antes de servir o prato principal, deleite-se com um pires de frescos corruptos, acabadinhos de pescar no pântano da Assembleia.
O Coelho no tacho fica bem acompanhado com salada de Crato e pastéis de nata da pastelaria do Álvaro. 
Para beber, pode escolher um vinho Aguiar-Branco, safra 2012, mas não exagere, Sóares desse vinho sob pena de ficar Alegre.
Para retirar o gosto Barroso do Coelho pode utilizar fatias de manga Rebelo.
É, por ser agridoce, melhor ser degustado no período de férias ou Natal. 

À MESA:

Para manter a receita num ambiente rústico, construa a mesa com 2 cavaletes e duas Portas azul bebé.
Sirva o Coelho na Louçã sobre uma Cândida toalha tricotada pelas meninas das lojas da tradicional maçonaria. 
Chame os seus amigos e, para mostrar gratidão pela peça de caça, faça uma prece a São Jerónimo. Sirva uma boa dose a cada um, mas cuidado: é preciso ter estômago para engolir esta Merkel.







14 setembro 2012

Não, Macedo, isso foram coisas que te puseram na cabeça...

"Miguel Macedo: Situação política "raia a esquizofrenia" em alguns aspectos " in Negócios online

O Ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, tal e qual qualquer bom psiquiatra, vem dizer que a situação política em portugal raia a esquizofrenia...

É... parece ser um bom diagnóstico, senão vejamos:

- Sinto-me realmente numa realidade alterada, diferente; num mundo surreal em que os intervenientes políticos falam em unicórnios orçamentais e esforços titânicos ou hercúleos, numa clara alusão à coisas fabulosas e mitológicas;
- Sinto-me deprimido, realmente, principalmente nas zonas dos bolsos das calças e das camisas, e na bolsa e na carteira;
- Sinto a tentativa de inserção de pensamentos estranhos, como por exemplo, o de que "todo este sacrifício é para o meu bem e o bem do meu país". Ouço-o vezes sem conta e, mesmo não acreditando nele, o torpor bloqueia-me as reacções;
- Roubam-me pensamentos de bem estar cada vez que se dirigem a mim na televisão; sim, porque é mesmo para mim: SÓ PARA MIM! Vejo os senhores a olharem nos meus olhos e a falarem comigo, dizendo que tenho de sofrer, sofrer mesmo muito, para que tudo passe, num delírio obsceno, incoerente e desconcertante;
- Tenho ideias de perseguição ao meu salário cada vez que vejo um ministro na televisão;
- Abordam-me pensamentos psicóticos de que, tudo isto que este "governo" faz, tem a clara intenção de destruir um povo e, consequentemente, um país inteiro e quiça o mundo e o universo;
- Tenho alucinações auditivas que me querem fazer crer que existe felicidade e esperança em trabalhar mais por menos dinheiro e menos qualidade de vida;
- Creio vivamente que vejo políticos na câmara de deputados ou na assembleia da república, interessados no bem estar do povo, o que é claramente uma alucinação visual;
- Sinto a apatia reinante nas gentes...

Mas, apesar de uma sintomatologia tão clara, resta-me uma pequena dúvida: serão alucinações olfativas o facto de, apesar de engomados, limpos e banhados em perfume caro, em carros luxuosos e vestidos com fatos de estilistas renomados, com dentes cândidos e luzidios, cada vez que me aproximo de um político, sentir sempre o mesmo cheiro intenso a estrume? 



"- Miguel? Ó Miguel?! Não é o Seguro a voar ali no canto da sala?"
"- Cala-te, Miguel! Não vês que te faltam as gotinhas..."

09 setembro 2012

Reiniciar

Para o desafio "Recomeços", da Fábrica de Letras:

Clicar na imagem


08 setembro 2012

Coragem

Portugal sempre foi um país de corajosos. 
O infante a impor-se, os navegadores a atirarem-se ao desconhecido, expulsão de mouros, padeiras tresloucadas, entre muitos outros.
Sempre foi tradição nossa enfrentar perigos, desbravar fronteiras, ir onde ninguém foi, defender o que é nosso com unhas, dentes e fornos. 
A nossa história tem guerras, tem conquistas, tem sangue e tem triunfos.

É óbvio que a coragem abunda nos genes lusos. Com essa carga genética temos coragem para enfrentar os problemas, dar a cara, procurar soluções no estrangeiro, sem medos ou hesitações. 

Mas toda a regra tem excepções, correcto? E existem várias subjectividades na interpretação do termo "coragem". Vejo coragem em alpinistas que perdem extremidades do corpo ao tentar alcançar os pontos mais altos e assim tocar seus sonhos; vejo coragem no pescador a enfrentar intempéries em busca do sustento; há coragem no contingente luso nas missões da nato; coragem nos que querem desafiar dogmas; há coragem nos bombeiros, polícias, médicos e enfermeiros. Há coragem... mas também há fadiga.


Ouço comentadores político/económicos, após mais uma sentença à morte de outro mês de salário, que este governo tem coragem. Sorrio desconsertado! Que coragem existe em cortar salários? Que coragem está em manter cortes de pensões? Que coragem existe em proteger grandes interesses? O facto de um primeiro ministro, com um discurso pré-fabricado, dizendo aos mortos que serão novamente sacrificados à santa Tróika, em directo, sem pingo de vergonha, pode ser encarado como um acto de coragem? Que raio de gente corajosa é esta? Levar um país inteiro a miséria em nome de algo económico/mitológico é corajoso? Então e as PPP's, as Fundações, os Institutos, a GALP, EDP, os paraísos fiscais, não existe coragem para uma espetadela?


Realmente, "coragem" não terá o mesmo significado para mim. Coragem para mim será ver erguer-se, novamente, desta vez com vermelho sangue em vez de cravo, um povo cansado mas corajoso e cobrar, de uma vez por toda, esta infâmia sem fim.

Alguém que dê o mote...


Parafraseando o grande Cazuza:

"...Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas ideias não correspondem aos fatos
O tempo não para

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não para..."



02 setembro 2012

Enquanto isso...

Numa universidade de verão qualquer:




As hostes se agitam para ouvir os seus líderes...

01 setembro 2012

Carnegão

A todos os casais que, numa demonstração de carinho, amor e união, se entregam mutuamente aos prazeres da grotesca e asquerosa arte de espremer formações nodulares purulentas ou sebosas das  mais diferentes e recônditas áreas dos seus untuosos corpos, em plena praia ou onde lhes dá mais jeito e a qualquer altura da noite ou do dia, a minha singela homenagem: 


 

Fica também um sincero e amigável desejo: que um carnegão lhes vaze uma vista... ou duas.