22 fevereiro 2009

Carnavalhada

Carnaval.
Ninguém levará a mal se eu disser que não gosto.
Quando era miúdo, no Brasil, odiava sobremaneira esta "feliz" época do ano. E perguntam-me: como é possível alguém, na terra do carnaval, não gostar deste período? Eu respondo: acordava cedo no fim-de-semana para ver os bonecos na televisão e o que é que estava a dar? Desfiles de carnaval. Sim, porque aquela porcaria dá 24 horas por dia em terras de Vera Cruz.
Um miúdo de 10 anos quer lá saber de bundas voluptuosas e mamas saltitantes? Lá quer saber de samba, carros alegóricos ou rainhas da bateria? Que se lixem as baianas e as "bichas" nas suas fantasias com penas de pavão! Eu quero é ver "os Jetsons", o "Tom and Jerry" e os "Smurfs", caraças!
Agora, quando pensava que tinha escapado a essa época de pândega desvairada, ei-la aqui, em força, com pandeiro, surdo e cuíca! É que nem mudam o ritmo! Façam lá um desfile ao som dos Gaiteiros de Miranda ou dos coros alentejanos, quero ver isso, SFF.
Já nem falo de ser uma altura em que se desculpa o facto de um homem se vestir de "puta de estrada" sem preconceitos...


Pelo menos terça-feira é tolerância de ponto, vá, um ponto positivo.

20 fevereiro 2009

De família

Falhou a carreira de proctologista...

17 fevereiro 2009

In Continente

Hoje fui às compras com a Madame. Há que repor o stock de café, que já vai baixinho.
Ir às compras está para os dias de hoje como ir à missa estava para a geração da minha avó. Eu nunca gostei de ir à missa e ir às compras vai para o mesmo caminho.
Porque não gosto de ir às compras? Ora, vejamos, está inerente nesse acto uma transacção financeira. Eles trocam qualquer coisa por dinheiro. Isso é injusto, eles podem trocar o que for, nós só podemos trocar dinheiro. Não me importava de trocar uma aparelhagem por um punhado de xi-corações, ou algumas pedras que trouxe das obras que o próprio hiper está a fazer.
Olha outro motivo: o trânsito. Como disse, o único hiper cá do burgo está em remodelações. Em tempo de crise acharam que o melhor é fazer obras de alargamento e, isso, obriga à permanência numa fila de trânsito. Acho isso paradoxal, "se querem que eu gaste dinheiro no vosso hipermercado, venham me buscar em casa, ó faxavôr!!!". Depois parece que as pessoas querem o carro mesmo à porta. Existem milhares de lugares vazios, mas a puta da fila se deve a um infeliz que procura um lugar o mais próximo possível da entrada do edifício. Seria de bom tom um hiper com corredores suficientemente grandes para a circulação de um SUV em cada direcção, assim, tipo um "drive thru" do McDonald's!
Lá consegue o infeliz (nesse caso eu) estacionar o seu popó numa vaga qualquer, e a próxima etapa é arranjar um carrinho pras compras. Mete-se a moeda e tira-se o primeiro da fila. Aqui jaz uma primeira lei de Murphy: não importa a posição da fila na qual o carrinho esteja, tu vais SEMPRE tirar o pior! Aquele que não percebe o que é uma linha recta, que faz mais zig-zags que o ministro japonês da economia e fica pior à medida que vamos inserindo mercadorias no seu interior: "Queres que eu carregue isso tudo, meu cab$%? Então empurra!". Para alem de errático fica mais pesado que um yokozuna.
Escolher mercadorias... este é de marca, este tem desconto, este é genérico... quando eu estiver na casa de banho e necessitar de papel, quero lá saber se é da marca do cãozito fofinho? Tudo o que quero é que não se fure! Além disso, parece que as mulheres tem tendência a só levar "genéricos" nas coisas mais importantes, "-olha, esta cerveja é de marca branca!".
Pagamento. Mais uma lei de Murphy: a fila que se escolhe, por menor que seja, é justamente aquela que mais demora a andar... e não adianta mudar.
"- Tem cartão?"
"- Sim, deixei por aqui na bolsa, só um minutinho"
"- Quer descontar no cartão?"
"- Sim"
"- Vai pagar com cartão?"
"- Sim, está na bolsa, só um minutinho"
"- Tem X pontos no cartão, quer utilizá-los?"
"- Sim"
"- Onde é que estava no 25 de Abril?"
"- A picar o cartão!"
Devia haver um Salazar para pôr ordem nisto. Paga-se com dinheiro. Se quisessem fazer descontos baixavam a porra dos preços!!!
Pim! Pim! Pim! É o som das compras a passar na caixa. Pim! Pim! Pim! E um gajo, com um saco na mão, à espera que a Sra se lembre de accionar o tapete rolante. Pim! Pim! Pim! E as compras a acumularem-se ao lado dela.
"- São X € e yz cents! Vai pagar com?"
"-
Cartão..."
Empurra-se o carrinho de compras a custo até ao carro estacionado. Parece um escravo egípcio a transportar um pedregulho para uma pirâmide.
Entulha-se a mala do carro e parte-se para casa.
Carrega-se tudo o que se quer consumir para o "lar-doce-lar" e, pacientemente, organiza-se tudo nas prateleiras. E é então que se ouve: "- Ó não, esqueci-me de trazer o café!"

Mésinhas

Antes de mais, eu sou um indivíduo com alguma fé.

O bom de ser médico é que existe sempre alguém disponível a nos ensinar algo. Há sempre o indivíduo "tu estudaste mas não sabes esta!". Temos paciência e o nosso senso crítico/científico (alguns incluem arrogância mas, modestamente, não é o meu caso) tenta filtrar o que de verdade pode haver nessas histórias.
Isto tudo para contar o que se passou comigo outro dia.
Fui convidado para um aniversário de alguém muito querido e, obviame
nte, não faltei.
Estavam praí umas 50 pessoas na festa, a maioria crianças, e eu conhecia, bem, apenas uma dúzia desses convidados. Como pessoa (anti)social que sou, foi a muito custo que fui tentando me "enturmar".
A dado momento dessa missão sobre-humana, cheguei à uma roda de homens, me desculpem: Homens. Os senhores, muito a propósito, falavam de soluções caseiras para problemas clínicos banais.
De repente um deles, meu amigo, dispara (para provocar):
"- Tá aqui o xôtôr que não acredita em nada disso!"

"- Ah, tu és médico?", falou um indivíduo, grato pela oportunidade, que não me conhecia de lado nenhum e com um sorriso do tipo: "já te fod$!". "- Quer se dizer que não acreditas nessas coisas, hã?"
Respondi, educadamente, que acredito no que pode ser cientificamente provado e tal...

"- Então diz-me lá, sabes como se cura uma picada de peixe-aranha?", perguntou-me com uma sobranceria que eu só esperava ver num qualquer Dr importante.
"- Bem, não é algo que aconteça todos os dias.", e expliquei o que o senso comum manda fazer, adicionando também algum conhecimento (pouco, devo confessar) que tinha sobre a picada deste peixe.
"- Mas olhe que não é nada disso!".
"- Não? Não me diga. Então o que é?", já preparado para aguentar com o embate de uma mésinha sensacional.

"- É assim: primeiro pega-se num tarolo de bosta de burro seca e na ponta ateia-se fogo. Quando não houver fogo e apenas existir uma brasa, coloca-se a ponta do estrume onde o peixe picou e "prontos".
"- ..." por um momento...
"Agora sim, chefe. Agora eu acredito. Sou crente. Isto tem mesmo fundamento". E afastei-me.
O acontecimento fez-me lembrar de uma mésinha contada, em jeito de brincadeira, por um amigo meu: "- Sabes o que é bom para a diarreia? É o milho verde: comes o milho e se não passar a caganeira, enfias o sabugo pelo cu acima!!!"

Mas, no entanto, fiquei a remoer a cena e surgiu-me uma preocupação: será que devo sugerir aos meus utentes que incluam, na bagagem de veraneio, um tarolo de merda de burro seca? E será que tem, obrigatoriamente, que ser de burro?

..oda

Ainda estive para ligar e apostar na letra "F"...

14 fevereiro 2009

10 fevereiro 2009

Efeito "Obama"

"Mantorras: « Não sou Deus!»" in Record

Estou frustrado...