29 março 2012

Um congresso (que não é do PSD ou de qualquer outro partido)

Recebo no mail esta mensagem:
"Os destaques do congresso da AAAAI 2012"

Um tratamento com Depur Mon a quem souber com que está relacionado.

28 março 2012

Melda Oliental

Minha senhora com um tambor de brinquedo na mão:
"Olha, quanto é que achas que eu paguei neste tambor?"
"Sei lá" - digo eu, o ingénuo - "praí uns 10€"
"10€?! Tás doido? Paguei 2€!"
"2€??? Compraste onde?"
"No chinês ali embaixo"
"Dass, 2€!?"

Pouco depois veio-me a pertinente questão:
"Os chineses cagam plástico?"





Nota: ao contrário do que se possa pensar, hoje não se comemora o dia da China neste blog!

A EDP, os chineses, a tensão e as hemorróidas

Sempre ouvi dizer que a comida chinesa, tal como a nossa, é condimentada. Já provei sim senhor e confirmo. O gosto pelo sal, e outros condimentos, é notório.
Como todos sabem, ou se não sabem deviam saber, o sal é um agente importante para o aumento da tensão e os condimentos causam exacerbação hemorroidária.

Vai daí, recebi ontem o “acerto” das contas com a amiga EDP, essa tão chino-lusa empresa.
Como era de esperar, a conta vinha bem mais salgada que da última vez: a tensão disparou e tive estranhas sensações desconfortáveis.


E eu que sempre preferi comida japonesa…



... que é bem mais saudável e saborosa.

Imagem: fonte - google

26 março 2012

23 março 2012

Pai sofre XXV - Pai sofre : brinquedos assassinos e possuídos por lúcifer!

No início da aventura parental, escrevi um texto sobre a minha surpresa ao ver como as fraldas invadiam o ambiente doméstico. Agora, passado algum tempo, descobri que as fraldas têm concorrência… e de peso: brinquedos.

Vejamos, é aniversário de uma criança, ou natal, ou páscoa, 1º de Junho, baptismo, ou o que quer que justifique uma prenda, “o que vamos oferecer?” “Hum… o que achas de um brinquedo?”, “Boa!!! Genial! Nem tinha pensado nisso!”
E a malta vai aparecendo com brinquedos.

Lembro-me da minha infância (que foi mais ou menos ontem), num tempo em que eu também queria (e delirava) com brinquedos. Recordo-me de passar horas com aquelas miniaturas de automóveis (os meus preferidos). Foi a única altura em que tive, ao mesmo tempo, Porches®, Mercedes® e BMW’s®. Confesso que ainda gosto de pegar num destes pequenos veículos e ciciar um “vrummm-vrummm” mais as suas mudanças imaginárias… quando ninguém está a ver, obviamente.

Voltando ao assunto.
Tal como as fraldas, os brinquedos vão tomando conta da casa. Eles são peluches, bonecas e coisas que fazem sons e acendem luzinhas; com esses posso eu bem. O problema são os chamados “brinquedos educativos”. Estes últimos são puzzles convencionais, legos, cubos, etc, que vêm quase sempre acompanhados de arestas engraçadas e quinas carinhosas.
Qual o problema? Perguntam vocês (se é que terão algum interesse nesta treta). O problema não é nenhum… desde que fiquem arrumadinhos no sítio depois de usados. Senão o cenário fica sendo o "quase que se consegue ver o padrão do tapete que penso existir na sala por baixo de cubos, legos, chaves de plástico entre outras coisas".

Mas, qual é o problema? (e insistem!).

Imaginemos que, a meio da noite, não sei se por ser da próstata, surge aquela necessidade de desaguar. Como o caminho até o objectivo passa obrigatoriamente pela sala, o situação passa a assemelhar-se à passagem por um campo minado de uma república democrática da África Ocidental. Além disso, um gajo, macho que é, não acende a luz. Aí surge o poder magnético dos pés, atraindo para si tudo o que tenha quinas afiadas, arestas por limar, coisinhas pontiagudas. Os legos então deixam uma marca tal que dá para encaixar uma nova peça na "tatuagem" que resistirá por horas na planta do pedúnculo.
Não sei se não será exagero mas era capaz de jurar que quase se consegue ouvir, tal “toy story”, os brinquedos a congeminarem entre si um “PRÓ PÉ DO FULANO, MALTA!”.
Conclusão: quedas, saltinhos efeminados, onomatopeias, caralhadas, esconjuro e grunhidos até se chegar ao destino. A solução? Educar a miúda a arrumar os brinquedos educativos (passe a redundância), ou arrumá-los eu, ou acender a luz, ou incentivar a prenda sob forma de livro, ou (em última instância) uma algália!

Além dos problemas físicos, há que contar com os problemas psicológicos, já que muitos destes brinquedos "falam" ou emitem sons dos mais variados tipos. Imagine-se o cagaço que causa, em meio ao grande silêncio nocturno, uma risada maquiavélica dum primo afastado do nenuco! Sem mais nem menos, a porra do boneco a rir-se a bandeiras despregadas?! Corre o arrepio pela espinha acima!
Possessão, possessão! Saravá, meu pai!!!

À próxima questão “o que é que a tua filha precisa?”, responderei: “pais sãos, limpos e aliviados”; ou com um curto, simples, directo e honesto: “dinheiro”.




20 março 2012

Los Hermanos, a verdadeira delícia

Há alguns anos atrás recebi um telefonema da minha irmã. Dizia ela que estava no hiper do Belmiro e que havia um CD da banda Los Hermanos por 99 cêntimos à venda.
Na altura torci o nariz. Conhecia a banda através daquele hit: "Anna Júlia". Pensava no grupo como um bando de miúdos que se juntaram, tiveram uma ajudazinha da Tv Globo e pimba: sucesso. Mas, por 99 cêntimos? Venha daí o CD.
O nome do disco é "Bloco do eu sozinho". Confesso que a primeira audição foi dura, já que não era aquilo que esperava; do que conhecia da banda, o que ouvia não batia a bota com a perdigota.
À medida que o disco ia girando na aparelhagem fui-me apegando a cada uma das músicas.
Hoje é um dos meus álbuns preferidos; isso é que eu chamo de uma verdadeira pechincha!!!
Infelizmente o que é bom dura pouco e a banda separou-se...

E numa altura em que um tal de Michel Teló faz sucesso com uma treta qualquer de "...ai se eu te pego", recuperei o "Bloco" do arquivador de CD's e passei mais um bom bocado.

19 março 2012

Prisões

Para a "Fábrica de Letras" e o seu desafio: "Fotografia"



Prisões

… foi então que ele lhe disse: “os índios não gostam de fotografias porque julgam que aprisionam a alma de quem é fotografado”.
“A sério?”, perguntou ela.
“Sim”.
Ela, então, calmamente, abriu a bolsa que trazia a tiracolo, retirou a carteira e, de dentro desta, uma pequena fotografia tipo passe. Segurou a foto numa mão e mirou-a durante alguns segundos. Fechou os olhos, suspirou profundamente e rasgou-a em 4 pedaços. Virou-se para ele e disse:
“Sendo assim, libertei-o para sempre... ou pelo menos em parte” – e perguntou, singelamente – “já agora, diz-me uma coisa, e para os que também estão aprisionados no coração?”.

17 março 2012

Bartender

Há dias em que a banda sonora é...

If I go
Before I'm old
Oh, brother of mine
Please don't forget me if I go

Bartender, please
Fill my glass for me
With the wine you gave Jesus that set him free
After three days in the ground

Oh, and if I die
Before my time
Oh, sweet sister of mine
Please don't regret me if I die

Bartender, please
Fill my glass for me
With the wine you gave Jesus that set him free
After three days in the ground

Bartender, please
Fill my glass for me
With the wine you gave Jesus that set him free
After three days in the ground

I'm on bended knees, I pray
Bartender, please

When I was young, I never think about it
Now I can't get it out of my mind

I'm on bended knees
Father, please

Oh, and if all this gold
Should steal my soul away
Oh, sweet mother of mine
Please redirect me in this gold...

Bartender, you see
The wine that's drinking me
Came from the vine that strung Judas from the Devil's tree
His roots deep, deep in the ground

Bartender, you see
The wine that's drinking me
Came from the vine that strung Judas from the Devil's tree
His roots deep, deep in the ground

In the Ground...

I'm on bended knees
Oh, Bartender, please

I'm on bended knees
Father, please

When I was young, I never think about it
Now I just wanna run and die

I'm on bended knees
Oh, Bartender, please
Bartender, please...



16 março 2012

Desafi(n)o


A Sra Dª Pseudo, do Pseudoblog, teve a amabilidade e a gentileza de me oferecer o selo acima. Tal estampa premeia a criatividade do incauto blogger que o recebe. Premiando-me com esta distinção, a Sra Dª Pseudo revela a sua magnânima inteligência e o seu extremo bom gosto, os quais aplaudo (xô modéstia!).

No entanto, não há bela sem senão, e tenho algumas questões a responder...

Vamos lá, então:

1. Nome da minha música favorita?
Perguntinha difícil. Tenho de dizer duas: Indifference dos Pearl Jam, por, a cada acorde daquele baixo, me transportar para o melhor ano da minha vida; Would - Alice in Chains, por ter a capacidade de me deixar em transe.

2. Nome da minha sobremesa favorita?
Não sei se conta mas adoro afogar triângulos de toblerone branco numa bica sem açúcar.

3. O que me tira do sério?
Falta de educação e "chico-espertismo!.

4. Quando estou chateado?
Sou capaz de ficar um dia inteiro sem falar qualquer palavra que tenha mais do que uma sílaba.

5. Qual o meu animal de estimação favorito?
Deixei de pensar nisso desde que tive consciência que a minha esperança de vida ainda é maior do que a das espécies de estimação, a não ser que pensasse em adoptar um orangotango, um elefante ou uma tartaruga marinha. Penso nisso novamente aos 75 anos.

6. Preto ou branco?
Cinzento?

7. Maior medo?
Tenho 2 filhotes: preciso dizer mais alguma coisa?

8. Atitude quotidiana?
Isso implica rotina, certo? Boring...

9. O que é perfeito?
O mesmo que perfabricado?

10. Culpa?
Muitas... mas não as confesso aqui, ora.



Sete factos aleatórios sobre mim:


1. Falo muito comigo mesmo mas ainda não me conheço por completo; parece que tenho algo a esconder...

2. Não consigo comer durante jogos do meu FCP ou em jogos importantes da selecção;

3. Pratiquei natação durante vários anos mas já não vou à piscina há muito tempo porque sou míope e tenho medo de bater com os cor... pés na borda;

4. Gostaria de conhecer um alien... desde que não fosse o seu almoço;

5. Quero editar um livro algum dia;

6. Gosto de charutos.

7. Tenho uma pequena obsessão pela minha colecção de CD's.



A quem é que ofereço este prémio?

O Selo gostaria de transmitir a todos os companheiros blogóticos da coluna da "concorrência". Porquê? Porque se não fossem criativos eu não me daria ao trabalho de os seguir, né verdade.
Venham por isso surrupiar o selito.



E "prontus", já está. Muito obrigado e boa noite.

15 março 2012

Matrioska

E agora, um pequeno devaneio:

"Numa sala de estar:

- Pois é, amigos, o mundo não é aquilo que vocês pensam mas sim o que vos permitem ver. Isto é tudo um sonho. "Eles" não querem que conheçamos o verdadeiro mundo. Isto que palpamos, que sentimos, que gostamos ou desgostamos, são coisas que nos implantaram na mente. O objectivo é ver como reagimos às diversas situações que nos surgem e estudar, dessa forma, o nosso comportamento.
- Como? Tudo isto é uma miragem? E a família? E as memórias?
- Miragens sim, um cenário onde tu e eu somos actores. A família é “sorte” e matéria de exame. As memórias, no entanto, são verdadeiras e o resultado das nossas vivências, a única coisa em que "eles" não intervêm já que mantém a ilusão.
- Desculpa lá, mas isso não faz sentido. Se esses "eles" existem como é que não os vemos?
- Porque somos infinitamente pequenos perante eles: estão fora do alcance da nossa arcaica visão. É o equivalente nosso de observar uma colónia de bactérias ao microscópio. Vê lá bem que nós nem conseguimos ver o nosso universo por completo e o nosso universo está contido no "deles".
- 'Péra lá, o universo, desde o Big Bang, tem biliões de anos, certo. Nós só surgimos como espécie há pouco mais do que um punhado de milhares de anos. O que fizeram no intervalo?
- No intervalo fizeram testes. Testaram variações do mesmo tema, variações em carbono, nitrogénio, oxigénio, etc, etc. Foram eles os responsáveis pelas grandes extinções, tal e qual um miúdo que destrói o seu castelo de cartas depois de muito tempo e empenho a contruí-lo. Além disso, a nossa noção de tempo não é a mesma da deles, se é que têm uma noção para "tempo". Um exemplo: a mosca da fruta tem uma vida média de 26 dias, será que para ela a sua vida é tão efémera quanto para nós? Talvez os biliões de anos do nosso universo não passem de um segundo noutra esfera.
- 'Tá bem, mas não é o universo infinito?
- Talvez? Será? Se sim, estaria em expansão, não é o que se ouve? No entanto, há uma linha de pensamento que refere que estará em retracção e que contrair-se-á até dar origem a um novo Big Bang. Mas se assim é, o que é que ocupará o espaço deixado pelo nosso universo?
- Simples: vácuo!
- Sim, mas… segundo a teoria quântica de campos, mesmo na ausência total de átomos ou de qualquer partícula elementar, o espaço não pode ser considerado totalmente vazio. O que digo é que o universo não é infinito mas sim deve estar contido noutro: o "deles"; e esse noutro e assim por diante, isso sim é infinito. Podemos comparar às Matrioskas russas. Para mim são os universos paralelos de que tanto falam, só não são é paralelos.
- Então, e nós, temos a nosso cargo algum "universo?
- Já tinha dado o exemplo da colónia de bactérias...
- Ok, tudo bem, mas como serão esses "eles"? São parecidos connosco?
- Voltando às bactérias: elas são parecidas connosco?
- Pois... mas quando criamos alguma coisa tentamos fazer à nossa imagem e semelhança, tal e qual fez Deus, certo? Talvez esses seres de que falas tenham algumas semelhanças connosco.
- Deus? A sério? Depois de tudo o que vos disse ainda acreditam nessa imagem divina? Bem, se encararem os criadores como deuses, tudo bem. Mas, relativamente à imagem e semelhança, lembrem-se que vos falei de várias tentativas anteriores, vários formatos e variações. Talvez a nossa morfologia actual seja a mais indicada para o nosso ambiente. Duvido que o nosso fenótipo se adequaria aos diversos mundos existentes; temos de entrar em linha de conta com as diferenças físico-químicas dos diferentes mundos.
- E a evolução da nossa espécie?
- Upgrades…
- Quer dizer que nada disso é verdadeiro. As nossas guerras, construções, relações, conquistas como espécie, a nossa evolução nada disso importa? E o livre-arbítrio?
- Tal como disse em relação à memória, podemos decidir o que fazer, dentro de determinados limites. Eles permitem os saltos evolutivos e até nos auxiliam no desenvolvimento tecnológico, tudo isso com o intuito de estudar as nossas reacções. Acho que sentem a nossa evolução como uma vitória. Vejam lá, se criam algo que funciona não ficam orgulhosos?
- Orgulho? Então estás a dizer que eles têm sentimentos semelhantes aos nossos?
- Pelo contrário, nós é que os temos semelhantes aos deles. Olhem os exemplos dos robôs que insistimos em criar: tentamos incutir emoções e formas de pensar semelhantes às nossas, não é verdade?
- E fazem-nos o mesmo? Então também odeiam, amam, choram, têm saudade?
- É provável, mas lembro-vos que eles incutiram determinadas bases em nós e depois elas evoluíram num sentido que pode ter sido diferente do deles. Talvez sejam mais compreensivos e inteligentes do que nós - o que não será difícil- e nós evoluímos para um sentido no qual associaram-se a vingança, o ódio, a inveja... talvez seja isso que nos mantém vivos, por mais paradoxal que pareça: talvez tenhamos algo que eles não têm ou que não conheciam e isso faz com que não partam para "outro projecto", se é que me faço entender. Além disso não nos julgam, reitero que somos apenas um projecto científico.
- Epá, isso é fantástico mas… como sabes tudo isso? Já os viste?
- Sim.
- JÁ?! Quando? Onde?
- Ontem à noite vieram ter comigo e contaram-me tudo! Contaram-me sem dizer uma palavra. Custei a entender o que se estava a passar. Tal como vos contei, não são semelhantes a nós nem a nada que alguma vez fora descrito. Incutiram imagens na minha cabeça que fizeram perceber tudo o que vos disse. Mas não fiquei a saber tudo porque quando estavam a mostrar o futuro da humanidade... acordei! Olhem... chatices, é o que é.
- COMO!!! Oh pá, tu és doido...
- Então, mas para estar aqui não temos de o ser todos?

Ouve-se o ferrolho da porta: era o enfermeiro:
"- Quem tomou os medicamentos pode ir para o quarto..."