Há alguns dias, durante um zapping, parei no canal Hollywood e fiquei a ver o filme “Um azar do caraças”. A história girava em torno de uma casal de pessoas completamente diferentes que, podres de bêbados, têm uma noite daquelas. Passado um tempo descobrem que a moça engravidou, e patati, patatá, pardais ao ninho.
O que me faz escrever este texto é o facto de existir uma cena nesse filme que tentava retractar o acto sexual durante a gravidez. Nessa cena, o futuro pai não conseguia continuar o “bem bom” porque, apesar da moça ser bem jeitosa e estar super “horny”, não deixava de pensar que podia acertar na testa ou outras partes do bebé e que o seu bacamarte não deveria ser a primeira imagem que o filho veria (aliás, um pensamento muitíssimo sensato!).
Ao ver aquela cena não pude deixar de lhe achar piada, mas ao mesmo tempo pensei: “pelo menos estás a tentar!”
Na gravidez “o amor” é um bicho estranho, realmente. Para quem não tem fetiche por grávidas é algo esquisito. Dependendo da idade gestacional é difícil e quase acrobático. Um fulano tem de ter destreza física e capacidade mental para a empreitada.
Isso se houver alguma hipótese de existir qualquer coisa desse género e é esse o tema deste texto: a seca.
Na primeira viagem pelas terras dos “9 meses” tinha um amigo que, no gozo, elogiava a massa muscular do meu braço direito. Eu perguntava-lhe “êpá, é assim tão evidente?”, ao que me respondia: “já fui pai duas vezes, não te esqueças…”
Não serão bem 9 meses de seca, há que descontar as semanas da ignorância e o tempo até à primeira ecografia: depois de ser ver aquela coisinha no ecrã um fulano olha pró material das moças de outra forma! É todo um mundo que se fecha…
E é justamente nessa altura do querer e não poder que vem à baila o tão famoso ditado do “proibido é mais apetecível” e essas merdas. Um gajo, que normalmente já quer, quer ainda mais! Parece sacanagem, querer sacanagem e não poder.
“Pode sim, caraças. Eu sei que não há problema! Vai, foca-te” e até se hasteia uma bandeira aqui, outra ali, mas não há terra para se encravar (ou até há mas está em pousio).
O tempo vai passando, a sede aumentando...
Começa-se a achar interessante toda e qualquer tipo de pele exposta. Chega-se ao verão e as saias atormentam. Vai-se à praia e é um martírio. Vê-se o fashion TV e o preço certo com certa frequência e não se sabe bem porquê. Ai, ensandece-se qualquer coisita...
Começa a ser constrangedora a “insustentável leveza do ser”.
Agora, mesmo, mesmo no finalzito, com o filhote quase a rebentar, depois de todo o sofrimento e de auto-contemplação e satisfação, da subida da direita ao poder, ouço uma frase aterradora: “já se sabe como é: no primeiro mês não há nada!”
É paradoxal um acto sexual vir a dificultar (ou impedir) a realização de outros-que-tais subsequentes. Talvez possa ser chamado de “sexo empata fodas”.
9 comentários:
meu amigo, não sabes como me ri a ler isto...amei!
Achei graça ao texto, mas, sinceramente, não faço puto de ideia do que falas...
Estou como o Cirrus...
Sahaisis, olha, eu também amei e deu nisso :D
Cirrus e Pinguim, então há que fazer puto! lol
Bah! A mente humana é engenhosa q.b. para suplantar estes contratempos sazonais sem necessidade de recorrer a terceiros/as :P
Cats, então ama menos né? :P
Pseudo, bem-vindo(a) ao tasco. Nem só a mente, meu caro, nem só a mente...
Sahaisis, ainda menos? Deixo a medicina e vou para monge?
ah ah..olha que isso de rezar tem muito que se lhe diga...não sei se a tua familia ia gostar de saber que jogas na outra equipa :P
Desculpa mas não entendi. Que outra equipa, moça?
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