Carlos Tê escreveu um poema que eu gostaria de ter escrito. Eu na minha insignificância quedo-me por fazer uma vénia a esse mestre. Depois, vem um sr. do norte musicar o que já era perfeito e esse conjunto transforma-se num ícone musical.
Eu, há já algum tempo, também fui marinheiro, mas a minha ilha é minha demais para pôr aqui na net; fica um clone como ilustração.
A ilha
(Carlos Tê - Rui Veloso)
Fiz-me ao mar com lua cheia
A esse mar de ruas e cafés
Com vagas de olhos a rolar
Que nem me viam no convés
Tão cegas no seu vogar
E assim fui na monção
Perdido na imensidão
Deparei com uma ilha
Uma pequena maravilha
Meio submersa
Resistindo à toada
Deu-me dois dedos de conversa
Já cheia de andar calada
Tinha um olhar acanhado
E uma blusa azul-grená
Com o botão desapertado
E por dentro tão ousado
Um peito sem soutien
Ancoramos num rochedo
Sacudimos o sal e o medo
Falámos de música e cinema
Lia fernando pessoa
E às vezes também fazia um poema
E no cabelo vi-lhe conchas
E na boca uma pérola a brilhar
Despiu o olhar de defesa
Pôs-me o mapa sobre a mesa
Deu-me conta dessas ilhas
Arquipélagos ao luar
Com os areais estendidos
Contra a cegueira do mar
Esperando veleiros perdidos
2 comentários:
Custou-me muito proceder à leitura com a presença de tão formosa entidade feminina...
Depois eu é que sou o Dr. House gay... :D
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