(Atenção: se o leitor não tiver filhos com idades compreendidas entre os 0 e os 5 anos é provável que o 2º sentido deste texto lhe escape.)
Se os senhores do FMI não conseguirem resolver a nossa situação então há que recorrer aos Mecanimais!
(Para melhor compreensão, prestar atenção à última frase do genérico[aos 40'])
27 abril 2011
13 abril 2011
Aike
Para o desafio "Ternura" da "Fábrica de Letras":

Aike
Era uma tarde copiosamente infernal de Agosto e sentia o vento quente a queimar-lhe a cara enquanto caminhava à beira mar. Acompanhavam-no, no passeio “molha-pés”, inúmeros idosos, aparentemente imunes ao melanoma, torrados, suados, enrugados mas sorridentes.
Tentava abstrair-se do cenário escondendo-se por trás de uns óculos espelhados e um boné dos Bulls. Distraía-se ao som da “Alive” que ouvia no Walkman® escondido num dos bolsos dos calções.
Era tímido mas gostava destes andares à margem marítima para “micar” as garinas. Andava à caça mas tinha pouco da arte da rapina.
Sentou-se. Começava a sentir os efeitos da resistência daquele solo e do brasido solar.
Concertou o rabo na areia enquanto virava a k7 para o lado B: “Jeremy”…
Viu-a sentada um pouco mais à frente. Ela era uma rapariga de tez alva, silhueta esbelta adornada por longos cabelos pretos e lisos.
Engoliu em seco: era uma oportunidade. Porque não arriscar? O que tinha a perder?
Levantou-se a custo e deixou-se ir, lutando com a irregularidade do chão e das pernas.
“Olá. Tudo bem?”
Ela ficou espantada a olhar para ele. Seus pequenos olhos negros pareciam dois enormes pontos de interrogação, uma cena parecida com os desenhos animados feitos no seu país.
“No entendo” respondeu em meio a risinhos escondidos por trás da mão.
“Speak english?” falou ele no seu inglês macarrónico.
“Yea”
Ele sorriu. Parece que o risco valera a pena.
Falaram durante muito tempo. Falavam sobre as diferenças culturais, sobre a gastronomia, sobre anime (que ele adorava), sobre música, sobre futebol…
Ele estava impressionado com a figura da moça: exótica, simpática e simples. Ela estava encantada com a maneira de estar dele e com seu sorriso.
Olhavam-se como se olha a ídolos.
“Say something in japanese” pediu o rapaz.
“あなたが面白いです” disse ela.
“What it means?”
“Say something in portuguese first” exigiu ela.
“Ok. Ai que ternura” disse ele.
“OMG. Are you a psychic or something?!” ficou incrédula.
“What? Why?”
“How do you know my name?”
“I don’t know your name.”
“You already said”
“No, I didn't. I don't know your name. You didn’t tell me. But now i'm curious, what is your name?”
Fez suspense: “My name is Aike. Aike Tenura”.
Aquele verão de 1994 foi o melhor de sempre.

Aike
Era uma tarde copiosamente infernal de Agosto e sentia o vento quente a queimar-lhe a cara enquanto caminhava à beira mar. Acompanhavam-no, no passeio “molha-pés”, inúmeros idosos, aparentemente imunes ao melanoma, torrados, suados, enrugados mas sorridentes.
Tentava abstrair-se do cenário escondendo-se por trás de uns óculos espelhados e um boné dos Bulls. Distraía-se ao som da “Alive” que ouvia no Walkman® escondido num dos bolsos dos calções.
Era tímido mas gostava destes andares à margem marítima para “micar” as garinas. Andava à caça mas tinha pouco da arte da rapina.
Sentou-se. Começava a sentir os efeitos da resistência daquele solo e do brasido solar.
Concertou o rabo na areia enquanto virava a k7 para o lado B: “Jeremy”…
Viu-a sentada um pouco mais à frente. Ela era uma rapariga de tez alva, silhueta esbelta adornada por longos cabelos pretos e lisos.
Engoliu em seco: era uma oportunidade. Porque não arriscar? O que tinha a perder?
Levantou-se a custo e deixou-se ir, lutando com a irregularidade do chão e das pernas.
“Olá. Tudo bem?”
Ela ficou espantada a olhar para ele. Seus pequenos olhos negros pareciam dois enormes pontos de interrogação, uma cena parecida com os desenhos animados feitos no seu país.
“No entendo” respondeu em meio a risinhos escondidos por trás da mão.
“Speak english?” falou ele no seu inglês macarrónico.
“Yea”
Ele sorriu. Parece que o risco valera a pena.
Falaram durante muito tempo. Falavam sobre as diferenças culturais, sobre a gastronomia, sobre anime (que ele adorava), sobre música, sobre futebol…
Ele estava impressionado com a figura da moça: exótica, simpática e simples. Ela estava encantada com a maneira de estar dele e com seu sorriso.
Olhavam-se como se olha a ídolos.
“Say something in japanese” pediu o rapaz.
“あなたが面白いです” disse ela.
“What it means?”
“Say something in portuguese first” exigiu ela.
“Ok. Ai que ternura” disse ele.
“OMG. Are you a psychic or something?!” ficou incrédula.
“What? Why?”
“How do you know my name?”
“I don’t know your name.”
“You already said”
“No, I didn't. I don't know your name. You didn’t tell me. But now i'm curious, what is your name?”
Fez suspense: “My name is Aike. Aike Tenura”.
Aquele verão de 1994 foi o melhor de sempre.
03 abril 2011
Dando continuação à uma tradição que começou aqui e continuou aqui e aqui, vou puxar do meu sangue azul e tentar passar um pouco da alegria para um punhado de palavras.
Obrigado, Futebol Clube do Porto!!!
E aconteceu de novo.
Fomos maiores, mais fortes;
Fomos novamente especiais.
O Dragão cuspiu seu fogo;
Ele que veio do Norte
Para vergar os seus rivais.
Esqueçam lá as águias,
Esqueçam os leões e outros animais.
Nesta Selva de redondas contendas
Reinam outros mitos.
Separem já as águas!
Esqueçam os campeões virtuais!
O maior é o animal da lenda,
O nosso amor, por ele, é infinito.
Fomos maiores, mais fortes;
Fomos novamente especiais.
O Dragão cuspiu seu fogo;
Ele que veio do Norte
Para vergar os seus rivais.
Esqueçam lá as águias,
Esqueçam os leões e outros animais.
Nesta Selva de redondas contendas
Reinam outros mitos.
Separem já as águas!
Esqueçam os campeões virtuais!
O maior é o animal da lenda,
O nosso amor, por ele, é infinito.
Obrigado, Futebol Clube do Porto!!!

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