26 fevereiro 2008

É tudo placebo!

"Prozac não funciona" Expresso

Há algum tempo, na Sic notícias, foi apresentada uma investigação feita pela BBC onde uma, enorme, empresa farmacêutica havia escondido resultados comprometedores acerca dos efeitos de um dos antidepressivos mais utilizados na clínica médica. Estes resultados eram relativos ao aumento da tendência suicida nos adolescentes que tomavam a medicação. Pois bem, resumindo, houve alteração dos resultados, corrupção de professores de medicina de universidades conceituadas a nível mundial, tudo para que o fármaco fosse aprovado para a indicação do tratamento em crianças e jovens. No entanto, foram descober
tos milhares de documentos comprometedores que confirmam os resultados iniciais e o antidepressivo, actualmente, não é utilizado para aquelas faixas etárias.
Existem muitos estudos que afirmam a eficácia destas substâncias, mas existem vários outros que tentam, subtilmente, afirmar o contrário.
O que se pode afirmar de verdade é que o lobby das farmacêuticas é extremamente forte e quem acaba por pagar é o pobre doente.

4 comentários:

Rain disse...

Também li a notícia e quanto ao lobby da indústria farmacêutica, se já é grande, num produto como o Prozac que deve vender mais do que smarties deve ser enorme!

No entanto, até tem alguma lógica funcionar tanto como um placebo (digo eu). Se a depressão é basicamente provocada pela própria pessoa, também é ela que se cura. Sendo assim, acreditar que está a tomar qualquer coisa que ajuda, deve melhorar a vontade de dar a volta por cima. Mas isto sou eu a dizer que não percebo muito da pesca e ainda menos de depressões.

Catsone disse...

Na depressão existe uma alteração dos neurotransmissores como a tão falada serotonina.É certo que na génese estão factores ligados a personalidade da pessoa mas também existem factores químicos.
Não acredito que seja tão radical ao ponto destes fármacos não fazerem nada, mas acho que estão sobrevalorizados no tratamento da depressão.
Quanto ao facto de venderem mais que os smarties, podes ter certeza; se contabilizarmos o Prozac e todos os genéricos da substância...
Vamos é animar para não deprimir...

Artemysa disse...

O Prozac inibe a recaptação da serotonina o que faz com que esta fique mais tempo na fenda sinaptica e logo actue mais tempo. Garanto-vos que percorreu um percurso enorme até entrar no mercado que inclui a verificação da efectividade do medicamento. E que continua a ser avaliado após colocação no mercado.

Agora, o mesmo medicamento não tem o mesmo efeito em toda a gente e são necessários alguns meses para que este tipo de terapêutica faça efeito. Quanto às depressões, se forem endógenas (não precipitadas por um acontecimento externo) são muito mais dificeis de tratar.

Assim sendo, (e eu sei lá como foi feita a amostragem neste estudo) este tipo de notícias sensacionalistas não me fazem duvidar por aí além do medicamento. Até porque muitas vezes são geradas por empresas com moléculas concorrentes.

Catsone disse...

Nada como ter cientistas a ler o meu blog ;)
O que tu dizes é verdade, tanto em relação ao mecanismo de acção do prozac quanto à natureza do estudo, mas o problema é que não é o primeiro a por em causa efeito dos ISRS.
Se encontrar um deprimido à minha frente (e em caso de dúvida) tenho sempre a velhinha amitriptila para usar...