“Grou” era o seu estilo.
Como a majestosa ave, também ele voou.
Levantou voo impulsionado violentamente por uma poção mágica que tomou. Líquido extraído de fruta poderosa ao paladar e olfato e que lhe deu um enérgico empurrão a coragem, lhe incrementou a força e lhe libertou a insanidade. Com os ingredientes certos da vinha, esse tal grou humano saltou do alto da sua elevada razão e, no ilimitado repique do licor, esvoaçou pelo celeste dia de verão.
Nessa encantadora viagem recarregou as baterias do seu ser e deixou-se volatizar num fumo violáceo e alcoólico que, com apenas um leve trago, seria capaz de inebriar deuses e demónios (principalmente estes últimos). Depois fez-se nuvem carregada e choveu-se por instantes, voltando a reunir-se em pingos frutados de si mesmo para prosseguir a ébria jornada.
Descansou no Alísio, deixando-se levar pela calmaria da tarde; por fim, quando o super-poder do liquor terminou, levou ao bico mais um gole da orgíaca poção... e adejou um pouco mais, migrando alegremente para o infinito.
3 comentários:
Eu quero esse "Grou" por uns instantes.
Inspira!
Abç
MZ, este só conheci na véspera deste texto. Vale a pena quando bem acompanhado no prato e na conversa.
Abç
Só posso ter opinião depois de testar...
Mas para já gosto do nome e de vinho alentejano...
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