Trago, por isso, uma nova receita que, neste tempo de crise, criei há alguns dias atrás.
Espero que gostem, que experimentem e que dêem o feedback do resultado.
Coelho no tacho
À CAÇA:
Saia para caçar o Ma(is)cedo possível, na Assunção do dia, na Crista da manhã. Comece por procurar um gordo e suculento Coelho. Este pequeno mamífero costuma dar os seus primeiros Passos do dia nas Relvas frescas dos campos de São Bento.
Ao identificar o animal, caminhe cuidadosamente na sua direcção e, com um pesado Cavaco ou um Ferro antigo oxidado, lhe acerte um golpe Seguro nas têmporas.
Aguarde um momento até o bicho parar de estrebuchar e leve-o para a casa.
Nota: apesar da aparente violência, este é um prato ecológico, seguindo a tendência da nouvelle cuisine Verde.
O PREPARO:
Por ser uma animal selvagem, o Coelho deve ser limpo cuidadosamente. Dessa forma, coloque o corpo num balde com água a ferver para que lhe saiam os parasitas mais comuns desta espécie: piolhos, pulgas, deputados, jotinhas e secretários de estado.
Tal como qualquer roedor, também o Coelho tem a irritante tendência de deitar o dente a tudo que o rodeia. Com uma faca afiada (de preferência da marca que nos patrocina a todos - Troika), esventre o animal e retire os seus rendimentos que lhe foram roubados. Tome cuidado com a vesícula biliar: o chamado fel que retém é rica em substâncias amargas e tóxicas tal como bicarbonato de sódio, colesterol, mentiras e arrogância.
Com o animal perfeitamente preparado, retire-o do tacho em que se encontra e enfie directamente num forno qualquer dentro de uma nova Louçã. Não é necessário ser um forno industrial, aliás, nem é necessário ser num forno, pode ser numa pira ou mesmo num incêndio florestal.
O tempo de cozedura deve ser variável. Confie nos seus sentidos. Se começar a cheirar a esturro estará no ponto.
O ACOMPANHAMENTO:
Antes de servir o prato principal, deleite-se com um pires de frescos corruptos, acabadinhos de pescar no pântano da Assembleia.
O Coelho no tacho fica bem acompanhado com salada de Crato e pastéis de nata da pastelaria do Álvaro.
Para beber, pode escolher um vinho Aguiar-Branco, safra 2012, mas não exagere, Sóares desse vinho sob pena de ficar Alegre.
Para retirar o gosto Barroso do Coelho pode utilizar fatias de manga Rebelo.
É, por ser agridoce, melhor ser degustado no período de férias ou Natal.
À MESA:
Para manter a receita num ambiente rústico, construa a mesa com 2 cavaletes e duas Portas azul bebé.
Sirva o Coelho na Louçã sobre uma Cândida toalha tricotada pelas meninas das lojas da tradicional maçonaria.
Chame os seus amigos e, para mostrar gratidão pela peça de caça, faça uma prece a São Jerónimo. Sirva uma boa dose a cada um, mas cuidado: é preciso ter estômago para engolir esta Merkel.
7 comentários:
Adorei a receita (embora também eu me chame Coelho e tenha um certo medo sobre o início da época de caça a este animal). Discordo apenas que este coelho seja selvagem. É do mais doméstico que pode haver. Que o diga a sô dona Merkel, a proprietária...
Podes juntar-lhe o Jorge Coelho também?...
Nem penses!!! Esfolá-los e cozinhá-los até que pode ser, agora comê-los!!! Cruzes!!!
Sara, este coelho é selvagem para todos à excepção da sua dona. O comportamento é selvático e desumano (apesar das lágrimas de crocodilo e da confirmação da paternidade).
Quanto ao facto de também seres Coelho. Nem todos os Coelhos são bons para este prato, aliás, este prato só é bom se o ingrediente principal for mal ou péssimo. Tás safa ;)
nAnonima, esse também dava uma bela tachada! E o da Madeira também. O que não falta é fornecimento! Bjs à Carlota.
Malena, tens razão, é extremamente indigesto e só serve para outros da mesma laia.
apetitoso meu amigo;)
A receita certa era não ter votado no gajo...
Cirrus, alternativas?
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