23 março 2012

Pai sofre XXV - Pai sofre : brinquedos assassinos e possuídos por lúcifer!

No início da aventura parental, escrevi um texto sobre a minha surpresa ao ver como as fraldas invadiam o ambiente doméstico. Agora, passado algum tempo, descobri que as fraldas têm concorrência… e de peso: brinquedos.

Vejamos, é aniversário de uma criança, ou natal, ou páscoa, 1º de Junho, baptismo, ou o que quer que justifique uma prenda, “o que vamos oferecer?” “Hum… o que achas de um brinquedo?”, “Boa!!! Genial! Nem tinha pensado nisso!”
E a malta vai aparecendo com brinquedos.

Lembro-me da minha infância (que foi mais ou menos ontem), num tempo em que eu também queria (e delirava) com brinquedos. Recordo-me de passar horas com aquelas miniaturas de automóveis (os meus preferidos). Foi a única altura em que tive, ao mesmo tempo, Porches®, Mercedes® e BMW’s®. Confesso que ainda gosto de pegar num destes pequenos veículos e ciciar um “vrummm-vrummm” mais as suas mudanças imaginárias… quando ninguém está a ver, obviamente.

Voltando ao assunto.
Tal como as fraldas, os brinquedos vão tomando conta da casa. Eles são peluches, bonecas e coisas que fazem sons e acendem luzinhas; com esses posso eu bem. O problema são os chamados “brinquedos educativos”. Estes últimos são puzzles convencionais, legos, cubos, etc, que vêm quase sempre acompanhados de arestas engraçadas e quinas carinhosas.
Qual o problema? Perguntam vocês (se é que terão algum interesse nesta treta). O problema não é nenhum… desde que fiquem arrumadinhos no sítio depois de usados. Senão o cenário fica sendo o "quase que se consegue ver o padrão do tapete que penso existir na sala por baixo de cubos, legos, chaves de plástico entre outras coisas".

Mas, qual é o problema? (e insistem!).

Imaginemos que, a meio da noite, não sei se por ser da próstata, surge aquela necessidade de desaguar. Como o caminho até o objectivo passa obrigatoriamente pela sala, o situação passa a assemelhar-se à passagem por um campo minado de uma república democrática da África Ocidental. Além disso, um gajo, macho que é, não acende a luz. Aí surge o poder magnético dos pés, atraindo para si tudo o que tenha quinas afiadas, arestas por limar, coisinhas pontiagudas. Os legos então deixam uma marca tal que dá para encaixar uma nova peça na "tatuagem" que resistirá por horas na planta do pedúnculo.
Não sei se não será exagero mas era capaz de jurar que quase se consegue ouvir, tal “toy story”, os brinquedos a congeminarem entre si um “PRÓ PÉ DO FULANO, MALTA!”.
Conclusão: quedas, saltinhos efeminados, onomatopeias, caralhadas, esconjuro e grunhidos até se chegar ao destino. A solução? Educar a miúda a arrumar os brinquedos educativos (passe a redundância), ou arrumá-los eu, ou acender a luz, ou incentivar a prenda sob forma de livro, ou (em última instância) uma algália!

Além dos problemas físicos, há que contar com os problemas psicológicos, já que muitos destes brinquedos "falam" ou emitem sons dos mais variados tipos. Imagine-se o cagaço que causa, em meio ao grande silêncio nocturno, uma risada maquiavélica dum primo afastado do nenuco! Sem mais nem menos, a porra do boneco a rir-se a bandeiras despregadas?! Corre o arrepio pela espinha acima!
Possessão, possessão! Saravá, meu pai!!!

À próxima questão “o que é que a tua filha precisa?”, responderei: “pais sãos, limpos e aliviados”; ou com um curto, simples, directo e honesto: “dinheiro”.




16 comentários:

MA-S disse...

xD Algália parece-me bem!

Pseudo disse...

Para ti, deixo apenas uma pergunta: consegues imaginar-te a viver sem esses brinquedos maquiavélicos que te fixam a planta dos pés? Eu já não. :) A época dos livros há-de chegar. E depois, ano após ano, ver-te-ás questionado sobre onde colocar estes, a quem dar aqueles que os putos já dizem "esse é para bebés". E ainda há-de chegar a época em que arranjarás caixas e caixinhas para TU arrumares, por categorias, esses objectos educativos.
É tão giro ser criança outra vez! Não arranjarias melhores desculpas do que as "duas" que tens aí em casa para voltares novamente a brincar com essa catrefada toda. :)
E participares na emoção que é tentar completar cadernetas de cromos? E quando chegarem os mundiais e europeus de futebol e tu, pai quarentinha ou quarentão, te vires no meio duma imensidão de outros pais (como acontecia aqui em Braga nos últimos campeonatos do género) a perguntar "quem tem o 43? e o 78? eu tenho o 89 para troca". Oh, é tão giro.:)

Pseudo disse...

fixam= lixam. :P

Catsone disse...

Randomize, ah a malta da saúde e a fixação pelas algálias, lol

Pseudo, estes textos que escrevo são a minha forma de expressar o vendaval que este meninos trouxeram à minha vida. Tudo o que dizes é acertadíssimo e espero que cresçam para também passar por essas fazes, mas neste momento vou aproveitando e brincando com as situações diárias.

Sara non c'e disse...

Nunca tinha pensado nisso. Podes sempre arranjar uma maneira de enganar as tuas crias, inventando um jogo onde quem arrumar os brinquedos primeiro ganha. Se o prémio for um brinquedo, aí não sei como te ajudar... :)

Catsone disse...

Sara, achas o que os miúdos são totós? Os sacanas topam logo que os estamos a "lixar", lol.
São mesmo sacanitas... e fixes. ;)

Briseis disse...

E uns chinelinhos daqueles que têm uma sola grossinha e fofa, hem? =) isso, ou varrer a tralha todado caminho (estilo limpa-neves) para deixar a passagem desimpedida para qualquer emergência nocturna... Tudo menos algálias, homem de Deus!!!lol

nane disse...

lindo!:-) E enquanto for so no tapete da sala tas com sorte! :-)

João Roque disse...

Infelizmente, não tenho "problemas" desses...

Catsone disse...

Briseis, chinelinhos? Eu sou Machão! (lol), só uso botas de biqueira d'aço :D essa do limpa neves também está boa, é que tinha de fazer duas ou três viagens...

Nane, o problema é que já está a alastrar ;)

Pinguim, ainda vais a tempo, amigo ;) Abraço

Cirrus disse...

Só posso referir que também gosto de carrinhos, pá!

Catsone disse...

Cirrus, tenho ali um porshe para mi... para o meu filhote :D

S.o.l. disse...

:))

Os brinquedos fazem (ou ainda vão fazer) parte da decoração da casa, vais ver!

Mas estou contigo... acho que uma casa decorada de dinheiro era bem mais "in" :D

Bjo

S.o.l. disse...

Adenda: Ao que parece sou a seguidora 69, epá... é estranho sê-lo, vê lá se arranjas mais um(a) seguidor(a) para eu esquecer o número :P

Catsone disse...

Sol, por acaso pensei em fazer um post sobre isso mas achei que não seria umas "boas-vindas" respeitáveis :D

S.o.l. disse...

:D :D