30 setembro 2009

Filha

Quando chegaste fizeste alarde. Mostraste, a todos que pudessem ouvir, que vinhas aí. Mostraste a tua pujança, o teu poderio e a tua vontade de viver.
Eu, por trás de uma máscara, sorria feito bobo, numa mescla de felicidade e admiração.
Levaram-te de mim por um segundo mas segui-te. Queria ver-te mais de perto, olhar nos teus olhos, sentir o teu cheiro. Eu queria tocar-te pela primeira vez.
Tu, chateada, gritavas. Venceras a primeira etapa da tua vida mas insistiam em te manter submissa à vontade de outros. Eu mantive-me bobo, perdido em contemplação.
Acalmaste-te e puseram-te nos meus braços. Peguei em ti, como quem pega no mais precioso e frágil cristal e apresentei-te à tua mãe. Foi a primeira vez que estivemos os três juntos...
Levaram-te novamente sob a desculpa de "protocolos" e eu, relutante, entreguei-te. Foste embora a reclamar.
Quando voltaste, já não choravas. Procuraste o que para ti era fundamental naquele momento e fiquei a observar-te enquanto comias. Saciaste as tuas necessidades e ficaste a contemplar o mundo à tua volta.
Teu olhar parou na minha face e fitaste os meus olhos. Deixei minha imaginação fluir e reconheci em ti um pouco de mim. Descobri um pouco dos meus irmãos, dos meus pais e dos meus avós no teu rosto. Vi, também, a tua mãe na tua face. Peguei na tua mão e meu coração, coitado, depois de horas de sofrimento, finalmente sossegou.
Voltaste a chorar e, pela primeira vez, choramos juntos...

29 setembro 2009

Ode ao Catso

Ao ler o meu triste texto de ontem, o meu caro amigo Balhau teve daqueles rasgos poético/criativos dignos de perdurar no imaginário bloguista.
Aqueles que, por preguiça, não quiserem bisbilhotar o blog do poeta, podem ler a sua criação imediatamente abaixo:

"Para o Catso


Na arte de bem foder
O povo até mais não
Fica o colhão sempre a arder
De não ter nada, tocar à mão.

É escusado retrucar
Aqueles senhores do dinheiro.
Na verdade é sempre o mesmo
Que se fode o dia inteiro

Meu vizinho não quer saber
Minha avó já pouco escuta
Neste mundo todos querem comer
Do mesmo sítio a mesma fruta

Agora que aliviei num espirro
Aquilo que todos sentem
Devo realizar um retiro
Para entender como eles mentem

Mentem porque eu não os ouço
São o resultado da indiferença
Com este comportamento de moço
Qual será minha sentença?

Passo os dias a reclamar
Com a sociedade e a justiça.
Mas na hora de denunciar
Sou sem boca e cego de vista

Comiseração é o meu lema
Filosofia do coitadinho.
Ainda ontem virou tema
A história de um pobrezinho

Mas pobres sempre haverão
Porque há quem não queira trabalhar
Difícil é dar a mão
Aqueles que ajudas a explorar.

A sociedade é muito chique
Quando se trata de aparecer.
Com uma levis e umas nike
Fazes outros perecer.

Ah mas a vida é mesmo assim!
Dizes-me tu indiferente
Mas como queres meu caro amigo
Uma vida benevolente?

Queres que o mundo mude
Não te censuro o pedido
Mas se te peço atitude
Está logo tudo perdido!

Que dizer destes políticos
Manequins da sociedade?
Meus amigos, são os rebanhos
Da nossa mediocridade.

Não desças ao nível deles
Diz-me a voz da razão
Mas como é que a posso ouvir
Se me dói o coração

Por isso bem alto digo
De mente aberta, resoluta
Fazei da peida um figo
Seus grandes filhos da puta"

Under License of Balhau® Inc.

28 setembro 2009

39,4

39,4% que podiam não passaram cartão, estiveram nas tintas, não ligaram a mínima, cagaram pra isso, não quiseram saber, não se importaram, ignoraram, esqueceram, não foram, não apareceram.
39,4% são os que não opinam, não se comprometem, não estão nem aí, não falam, não escolhem, não fazem juízo, não servem para nada.
39,4% não tiveram a inteção, não lhes apeteceu, tinham outras coisas para fazer, estavam ocupados, doentes, de viagem, não sabem/não respondem.
39,4% com BI, Cartão de Saúde, Cartão de Eleitor, Passaporte, nacionalidade portuguesa, resolveram ficar em casa, ir à praia, jogar cartas, bater no cônjuge, ficar na esplanada ou, simplesmente, ser inúteis para o país.

Por vezes apetece-me uma ditadurazita...

Este deveria ser o novo hino deste país:


25 setembro 2009

Antídoto

Vi este Sketch outro dia na RTP e chorei...


24 setembro 2009

1991-2009

Entrei na loja um pouco ansioso. Já tinha feito a pré-compra do CD e agora bastava levanta-lo. Percorri os diferentes corredores do estabelecimento à procura do disco e, depois de uma curta diligência, lá estava ele à minha espera.
Peguei naquilo como se pega num filho, com cuidado e com carinho, e levei-o até a caixa.
Saí da loja quase aos pulinhos, há muito que esperava para ouvir meus amigos. Pensei na figura de teen urso que poderia estar (estava) a fazer.
No caminho da loja ao carro retornei por instantes a 1991. Naquele ano comprei o meu primeiro CD e, não por acaso, era dos mesmos autores. Lembrei-me
de como era na altura e de quanto aquelas 11 músicas me influenciaram.
Há 18 anos que fazem parte da minha vida. Neste período de tempo tanta coisa mudou, naquela altura eu era mesmo um teen urso, hoje sou apenas urso...
Cheguei à minha querida viatura e introduzi (com cuidado e com carinho... sempre) o disco na ranhura do auto-rádio e lá estavam eles, 18 anos depois e ainda com capacidade para me entreter e, principalmente, surpreender.
Não sei como consegui chegar em segurança à casa já que a viagem foi feita em piloto semi-automático; a partir dos primeiros acordes minha mente vagueou por lembranças e ilusões, deixando tudo à volta desfocado. Não lembro da partida, do trajecto e da chegada. Lembro-me da última música que, curiosamente, tem o nome de "the end", e foi aí que as minhas viagens terminaram.

Agora esta será a banda sonora dos próximos tempos; horas serão bem passadas, novas lembranças serão armazenadas e ficarei em modo "suspenso" por largos momentos.



23 setembro 2009

Cartel

Depois de se gastarem 1,5 M de € em painéis nas auto-estradas, o que se vê é isto:


cartel | s. m.


cartel
s. m.
1. Repto escrito.
2. Carta de desafio.
3. Dizeres que, num cartão, se pregam em lugar público, por ocasião de festas.
4. Consórcio de industriais ou de comerciantes.
5. Entendimento entre agrupamentos políticos.
6. Coalizão.

Qual destas definições de cartel se aplica a esta fotografia?

Nota: esta foto já tem algum tempo, os preço, obviamente, são outros... mais para cima, claro.

22 setembro 2009

Bebéporto

Hoje fui, pela 2ª vez, com a minha senhora ao CTG. Lá estive eu à espera na sala da maternidade entretido a admirar o comportamento do serviço.
Depois de algum tempo, imaginei-me num terminal de aeroporto. De vez em quando surgia uma voz que chamava por alguém e, ao mesmo tempo, lá vinha um ho
mem (claro) com cara de desespero e carregado de malas. A cena fez-me lembrar um tipo que é chamado pela última vez para o embarque. No caso da maternidade, no entanto, só existe terminal de chegadas: "Atenção, acaba de chegar a Maria, quarto 5, cama 2".
Imaginei uma empresa aérea de cegonhas a aterrar com o rebento humano no bico, umas atrás das outras a fazer o trabalho. Lembrei-me de alguns bonecos de infância com estas aves como UPS's voadoras, os papás a receber um saquito com "o produto" lá dentro e a cegonha a fazer continência pela "missão cumprida".
Sorri ao pensar naquilo, daqui há pouco tempo o tipo desesperado e atrasado para "a chegada" será moi-même... e o tempo passou
mais depressa.

21 setembro 2009

Um pouco de verdade nas eleições


A imagem acima é de um cartaz da Manuelinha que foi vandalizado aqui na parvónia. Para além da propaganda do PSD, também cartazes PS apareceram com frases sugestivas.
"Queres dinheiro vai dar o grelo pro bairro alto vaca corroptos", era o que se lia no cartaz, entretanto retirado. Deve ter sido sempre o mesmo a grafitar os cartazes dado os factos de a caligrafia ser a mesma, para além das calinadas de português (falta de vírgulas e palavras como "corroptos" e "ladrõns", entre outras). Ele tem mesmo que estar chateado, afinal a educação pública nem sequer o ensinou a insultar condignamente os outros.
Mas ao ver aquela e outras frases, espalhadas pela publicidade eleitoral da minha cidade, fiquei a pensar num assunto interessante: e se os políticos aceitassem a sugestão deste elemento e dissessem aquilo que lhes vai na alma, como fez este "John Doe"?
Poderíamos ver pérolas extraordinárias e talvez o povo compreendesse melhor as propostas, provocações e
, principalmente, os insultos aos adversários. O Sócrates poderia dizer à Manuela: "A senhora é uma velha enfadonha, enrugada e desagradável. Mais valia, ao teu PSD, a candidatura de um Jardim!". A Manuela retrucaria com um "Ó Socrates, eu não sei, mas disseram que és gay".
Num duelo entre Louçã e Portas, o 1º diria: "O senhor é um porco fascista, racista e retrógrado!", ao que responderia o Paulito: "Seu projecto de Stalin! Vai para o Marx que te pariu!".
Nesta onda entraria o Jerónimo a dizer que "estes fulanos são todos uns políticos feitos de mer"# capitalista, entregues aos interesses dos filhos da pu$% das multinacionais!".

Seria lindo: política muito mais limpa e muito menos hipócrita. Ficavam todos os portugueses cientes de que escolheriam gente da sua.
Aposto que, com essa clareza de discurso, Portugal teria uma abstenção muito inferior às das outras eleições.

19 setembro 2009

"#$%&!!!

Portugal está fodido!
Fodido do verbo foder até mais não.
Fodido por um povo passivo que é fodido por todos e muito mal pago.
Fodido por uma direita conservadora e retrógrada, uma esquerda extremista e revoltosa e por um centro covarde e limitado.
Fodido por milhentos mini-partidos e movimentos idiotas, que apregoam vontades incoerentes e estapafurdices.
Fodido por mentecaptos que não votam e arranjam a mesma desculpa:"...são todos iguais, e por isso...", deixando aos outros a missão de escolher quem os vai foder mais quatro anos.
Fodido por pais que abusam dos filhos.
Fodido por filhos que abandonam os velhos.
Fodido por uma juventude idiota que esqueceu a sua própria cultura e que adora uma nova "nova onda" semanal.
Fodido por "artistas que não fazem arte".
Fodido por um povo que olvidou suas raízes e folclore, e que abomina o que é nacional, idolatrando o estrangeiro.
Fodido pela superficialidade da imprensa cor-de-rosa e seus "actores" reais.
Fodido por um bando de novos ricos que dão um rim por um Mercedes ou BMW importado, que pagam renda de um T3 antigo nuns subúrbios quaisquer e compram produtos de marca branca com talões de desconto.
Fodido pela falta de memória das suas gentes.
Fodido pela pobreza de milhões de filhos da pátria.
Fodido por uma desinformação constante.
Fodido por indivíduos que ocupam a vaga de estacionamento para os deficientes físicos, estacionam na calçada e usam os faróis de nevoeiro em noites de lua cheia.
Fodido pelos que cospem para o chão.
Fodido pelos arrumadores de carros.
Fodido pela inércia e inépcia de inúmeros.
Fodido pela patetice das manhãs e tardes televisivas.
Fodido pelos subsídios.
Fodido pelos que não dão o seu lugar sentado a um idoso.
Fodido pelos eructam direitos.
Fodido pelas auto-estradas, TGV's e pontes sobre o Tejo.
Fodido pelos guetos criados pela intolerância.
Fodido por si próprio.
Fodido pelas pensões de miséria dos trabalhadores e pensões de marajá de ex-políticos e afins.
Fodido pelos sindicatos e associações empresariais.
Fodido pelos bancos.
Fodido pelas inúmeras e inúteis siglas: IRS, CGTP,TAP, BP, PS, SNS, FPF, APAF, EP, EDP, GALP, PT, PTP, IURD, PSP, ETC...
Fodido por deus, o diabo e por uma igreja corrupta à procura de avenças.
Fodido pela falta de deveres.
Fodido pelo empurrar com a barriga e o desenrascanço.
Fodido por uma justiça lenta, uma educação falida e uma saúde desorganizada.
Fodido por milhares de crianças que mal sabem ler mas que carregam um Magalhães sob o braço.
Fodido por uma falta de cultura que embaraça.
Fodido pelo politicamente correcto que amordaça pensamentos.
Fodido por jovens que não lêem, não escrevem ou não percebem português, que se perdem num mar de bens inúteis e vontades fáceis.
Fodido pelo chico-espertismo; aqui duplamente fodido.
Fodido pelo excesso de álcool.
Fodido pelo acordo ortográfico.
Fodido pelo desemprego e por gente que quer estar no desemprego.
Fodido por empresas que fecham mas dão lucro.
Fodido por intelectuais que reúnem-se à mesa a destilar venenos mas que não apresentam ideias para resolução de problemas.
Fodido pelas penas suspensas e erros processuais.
Fodido pelo facilitismo e o "deixa estar".
Fodido pelo compadrio e o "factor C".
Fodido pela hipocrisia de se usar palavras caras e ignorar um calão magnífico e que expressa exactamente o estado de espírito.
Fodido por tudo e por nada.

É a primeira vez que utilizo este tipo de linguagem neste blog mas, depois de um dia fodido, devo confessar que é uma terapia extraordinária.
Que se fodam as sensibilidades.

Música diesel


Numa viagem de 125 km:

Bob Marley: 100 km/h; 4.2 L/100 km; fila extensa à retaguarda;
System of a Down: 150 Km/h; 6.4 L/100 km; dedo médio em extensão permanente.

16 setembro 2009

Errar: verbo transitivo

Eu erro, tu erras, ele erra, nós todos erramos, mas eu não estou preocupado com os outros, o que me importa é que eu erro.

Quando aquela utente entrou no gabinete reparei que não estava muito satisfeita. Sentou-se a minha frente e ouviu o que eu tinha para dizer. Quando lhe dei oportunidade de ser ela a interveniente disse-me o que lhe ia na alma. Queixou-se de que eu não a escutara, que não ligara às suas queixas e que, por isso, tinha sofrido.
No momento em que percebi o que se passava fiquei espantado, sem palavras. Fiquei aterrado com o facto de ter que concordar com ela: eu errei. Por mais que me custasse, ouvi calado o que nenhum médico gosta de ouvir e fiquei surpreendido pela sua franqueza e educação.
Quando ela acabou o seu discurso fui eu que lhe dirigi a palavra. Assumi o meu erro e pedi-lhe sinceras desculpas pelo facto de lhe ter causado sofrimento com a minha falta. Ainda agradeci-lhe pelo que me disse, falei-lhe que tinha-me ensinado uma grande lição e que me esforçaria ao máximo para não cometer mais falhas como aquela.
A senhora sorriu e no fim da consulta ainda, humilde, pediu-me desculpas pelo sucedido. Eu desculpei-me novamente e agradeci.
Enquanto registava no processo pensei no sucedido. Pensei na honestidade da senhora, em como teria sido possível escapar-me aquela situação, no que poderia ter feito melhor. Chateei-me comigo próprio por ter sido um tipo de profissional do qual tenho repulsa, daqueles distraídos e negligentes. Valeu-me o facto de acreditar que não fiz por mal e que "errar é humano...
Estremeci ao chegar a conclusão que este não teria sido o primeiro erro da minha carreira e, definitivamente, está muito longe de ser o último.

13 setembro 2009

Amizade

Uma noite entre amigos e vem-me à cabeça dois trechos musicais:

"I see friends shakin' hands, sayin' "How do you do?"
They're really saying "I love you"


"Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir"

Os primeiros versos são de Louis Armstrong em "Wonderful World", os restantes de Milton Nascimento na sua "Canção da América".

Estas músicas vieram-me à cabeça porque reflectem o que penso em relação à amizade. Um amigo é para guardar à sete chaves, no sentido de ser algo cada vez mais raro.
No rescaldo da pândega fraternal de um encontro cada vez mais raro, pensei nos meus amigos. Quais e quantos são. Sei quem são e não são muitos, mas são bons. São meus irmãos de outras famílias.
Pensei no que é preciso para manter uma amizade? Confesso que esta pergunta manteve-se na minha mente por um bom par de horas e, enfim, cheguei à conclusão de que não é necessária muita coisa para manter um verdadeiro amigo. É preciso estar lá, só isso... ou quase. Também é preciso um par de ouvidos, um ombro (pelo menos), ter fome para as jantaradas, ter anedotas novas e histórias de amor/escárnio, um lenço de papel, um número de telemóvel, memórias, cumplicidade, conselhos, reprimendas, disponibilidade 24 horas...
São coisas simples, quase sempre à mão, que se fazem naturalmente, de forma inata, e com prazer.
Aos meus amigos e à amizade um grande bem-haja e que nossos encontros sejam menos fortuitos.

11 setembro 2009

Antiguidade

"Morreu a pessoa mais velha do mundo" in A bola (isso mesmo: A bola!)

Esta notícia lembra-me algo que se passou comigo durante a "prática".

Durante um dia normal de consultas, finalizava a conversa com um utente de 84 anos:
Eu: "Então, Sr. utente, percebeu tudo o que combinamos?"
Utente: "Sim. Já agora, poderia me fazer um favor?"
Eu: "Claro. O que precisa?"
Utente: "Poderia passar uma receita à minha mãezita?"
Eu: "Como? Sua mãe?... ", respondi espantado.
Utente: "Sim. Sabe, ela vai fazer 109 anos"

Actualmente, já tem 110 e continua rija como uma pêra verde.

Do mesmo saco

Eu quero votar. Sempre votei e desta vez não será diferente. No entanto, eu já tinha escolhido em quem votar mas, depois de assistir aos consecutivos debates, lá se foi a minha certeza.
É incrível o que se está a passar no panorama político nacional. Não gostamos do governo actual e
olhamos para a direita e esquerda e não se vê alternativa... credível.
Vejamos a minha situação:
Sócrates: fora de questão! Se eu quisesse alguém arrogante, mas competente, votava no Mourinho. Não gosto da postura, atitude, prepotência e, principalmente, da política do PS nacional. O programa é mais do mesmo e o que vem de trás quero esquecer.
Manela: é inacreditável que o maior partido da oposição encontre nesta senhora a sua presidente e, por conseguinte, a sua candidata a PM. Ver um debate onde ela participe é de ficar de boca aberta; ela não é empática, não é maleável politicamente, não conhece os programas dos adversários e, depois da visita à mui democrática Madeira, perdeu t
oda a minha consideração. Eu ainda me lembro das propinas universitárias, cara candidata!
Louçã: aqui estava a minha escolha. Quase como protesto eu, que sempre fui centrista, iria votar neste senhor; mas eis que veio o debate contra o actual PM e o resultado foi... desilusão. Como é possível ser-se apanhado com as calças nas mãos com ele foi? O Sócrates falou metade e mesmo assim deu-lhe uma tareia. Ó amigo Louçã, agora é que me lixaste, pá! Como foi possível expores assim o teu calcanhar?
Jerónimo: Jeróóóóóni
mooooooo. Apesar de simpatizar com o secretário geral do PCP, este nunca foi a minha visão de política. "Nacionalizar, nacionalizar, nacionalizar", não é a toa que lhes chamam cassetes.
Portas: eu confesso que já votei CDS, e mais do que uma vez! O PP é demagógico
? Sim. O PP é populista? Yap. Se concordo com algumas coisas que ele diz? Errr... sim. A questão é que não dá para confiar num partido que ainda tem tantos processos pendentes do último mandato como governo.

Epá, não 'tá fácil! Tantos quadrados para apenas um X. Tão poucas cadeiras para tantos cansados. Tão poucas ideias para tantos problemas.

No fim das contas são todos iguais; todos farinha do mesmo saco.



E saber que, como o próprio Sócrates diz, no final será PS ou PSD... isso assusta um bocadito.

08 setembro 2009

Só 10?

Neste blog:


"10 Motivos para Ver a Argentina Fora da Copa

Vamos lá:

1 – Mostrar ao Maradona que não só os brasileiros são melhores, como os uruguaios, equatorianos, chilenos e paraguaios também.

2 - Evitar que os hermanos passem mais uma vergonha ao voltarem mais cedo de uma Copa pela 6ª vez seguida.

3 - Passar 4 anos seguidos zombando os hermanos, deixando bem claro que 5 é maior e não igual a 2.

4 - Dar verdadeiro sentido às dores do tango.

5 - Entender que nem sempre “la mano de dios” funciona.

6 - Mostrar que até o Dunga é melhor que o Maradona.

7 - Depois de perder por 6 a 1 para Bolívia já devia ter sido eliminada sem mais motivos.

8 - Mostrar que a Argentina é, definitivamente, o país do hoquéi na grama feminino.

9 – Aumentar o turismo em Florianópolis e Búzios nos meses de junho e julho de 2010.

10 – São argentinos, precisa de outra razão?"

Embora ache que um mundial sem a Argentina fica muito mais pobre, esta fase de gozo, com os das pampas, tem piada.

07 setembro 2009

Paixão insular II

Voltando aos Açores.
Depois de um dia pela bela ilha do Faial, acordamos às 7 da matina para atravessar o estreito que separa aquela da ilha vizinha, o Pico.
Ao mesmo tempo que tomávamos o pequeno-almoço no restaurante do hotel, a natureza presenteava-nos com este espectáculo:


Pequeno-almoço tomado, apanhamos o barco para o outro lado e chegamos à ilha do Pico. Alugamos um carro e lá fomos nós desbravar o território.
A primeira coisa que nos chama a atenção é, naturalmente, a maior montanha de Portugal.

Imagens como esta, com um quê de sobrenatural, deixam qualquer um atónito.
Ao longo da "marginal" via-se uma outra maravilha da ilha: as suas vinhas. Parámos em algumas para daí tirar mais algumas fotos e, à socapa, experimentar o fruto
in loco. De salientar que a uva que provei nesta ilha foi a mais doce que alguma vez experimentei. De chorar por muitas mais, mas há que respeitar o trabalho árduo dos outros. Comprei, então, uma garrafinha de vinho do Pico...


Mergulhamos em algumas praias de difícil acesso e de águas claras e quentes. Devo confessar que nunca pensei que as águas açoreanas fossem tão tépidas. Poderia ter ficado ali até ao fim do dia, mas tínhamos muito mais por ver.
Chegamos às Lajes do Pico para visitar o museu dos Baleeiros e o museu da Fábrica da Baleia (SIBIL) onde os cetáceos eram transformados em óleos e farinha. Hoje os dois museus mostram como ERA a tradição da caça às baleias e como é feita, agora, a protecção daquelas espécies. É paragem obrigatória. E ainda tivemos a sorte de a terra estar em festa!


Rodeando a ilha, parando em cada miradouro, observando as ilhas vizinhas: São Jorge e Terceira. A ilha do Pico é, à semelhança do Faial, única. Um dia apenas não chega para tudo e a subida ao cume da montanha fica para a próxima.



Mais 4 dias pela frente era o que tínhamos. Quatro dias na maior ilha do arquipélago: São Miguel.

Eles gostam é da dita dura!


Chavez: "Este hombre es más bonito que Sócrates. E mas liberal también! "

06 setembro 2009

Don't cry for me...

Depois de uma semana de arrogância e provocações do auto-denominado "deus", eis que os mortais se alevantam e abatem-no sem dó nem piedade, perpetuando a maior rivalidade mundial desta rude modalidade. Fica uma pergunta pertinente:

É um grande gozo passear, hoje, pelas páginas do Olé.

Só espero que a nossa selecção lusa também vá mesmo com Carlos Queiroz ...

05 setembro 2009

Who let the dogs out

Vejam estas notícias:

"Santos Silva recusa pressões de pessoas próximas de Sócrates sobre presidente do Instituto Sá Carneiro" TSF

"PS diz que é o «principal prejudicado» com fim de Jornal de Sexta" IOL

"Santos Silva repudia declarações de Carlos Barbosa em que insinua responsabilidade no caso TVI" Lusa


"Programa eleitoral do PSD é «decepcionante» - Santos Silva" A Bola (sim, sim, esta está n'A Bola)

"Santos Silva responde à "rentrée" de Portas" Jornal de Notícias

"Santos Silva diz que "cegueira" da esquerda "revolucionária" ajuda as forças da
"reacção"" Lusa

E mais poderia aqui citar.
Reparem que todas estas notícias fazem referência a uma pessoa. Esta pessoa é um membro do governo; é o ministro dos assuntos parlamentares, Augusto Santos Silva.
Embora muitos dos assuntos acima tratados não tenham a ver com a sua pasta, ele é sempre, ou quase sempre, o primeiro a dar um bitaite em defesa deste governo.
Ele é o bombeiro do governo tentando apagar os fogos. É o Pitbull que se assanha e rosna aos opositores da situação. Ele é o 007 do PM a infiltrar-se e castigar os adversários. Este homem não possui no seu léxico a palavra "democracia" e, já a
gora, também o vocábulo "educação.
E o Ministro atira em todas as direcções; PSD, CDS, BE e PCP são alvejados com as falácias e disparates do homem.
Esta é a cara da arrogância e prepotência deste governo.

No entanto, procurando na rede notícias sobre este indivíduo, deparei-me com o facto de não ser o primeiro a pensar nisto e encontrei esta foto neste blog.

02 setembro 2009

Navegar é preciso...

Por ver um anúncio da Optimus na televisão fui reavaliar o meu contrato de prestação de serviço de internet. No tal anúncio, a Optimus refere tráfego ilimitado na utilização de banda larga móvel. Sendo utilizador da Vodafone, fui ver o que a empresa me oferecia.
Sem surpresa, vi que poderia ter o mesmo serviço, pelo mesmo preço e condições, oferecido pela marca do Sr. Belmiro. Pensei "já agora vou ver a TMN". No site da TMN o serviço é feito pelo mesmo preço e mesmas condições...
Quando digo mesma condições, quero dizer "planos iguais"! Até dão um desconto vitalício de 5€ na mensalidade.

Tendo, o cliente, 3 servidores diferentes, não seria de supor que houvesse uma maior concorrência? Não seria normal vê-los a comerem-se uns aos outros e disputarem mercado com preços mais competitivos? Eu, sendo cliente Vodafone, por que carga d'água mudaria para outra marca se não tenho vantagens nenhumas?
Pelo menos fiquei satisfeito pelo facto de o meu servidor dispor de um pla
no igual ao que a Optimus disponibiliza aos seus clientes... foi então que vi isto:


"Política de utilização responsável"
Parece que, afinal,
"tráfego ilimitado" não é propriamente ilimitado, é-o mais ou menos. Este tipo de publicidade tem um nome... não consigo lembrar-me... hum... ah!!! Engonosa, é isso!
A Vodafone, embora tenha um plano que inclui tráfego ilimitado reserva o direito de taxar o cliente quando achar que o mesmo anda a traficar demais. Lembra-m
e uma mãe que deixa comer todo o chocolate do mundo mas limita o chocolate a um bombom na despensa de casa. E até parece que a Vodafone conhece bem todos os seus clientes, pois só os vai taxar quando achar que eles estão a exceder-se, baseando-se num "nível máximo de utilização responsável"... ?...
Dessa forma, acho que me enganei quando, acima, disse que não há nada
que diferencie uma empresa da outra aquando da decisão de optar por um serviço de internet móvel... ou será que a Vodafone é a única a "abrir o jogo"?


PS: No entanto, apesar de considerar este tipo de acção uma sacanagem, mudei de tarifário, sempre é melhor que o meu actual. Não sou hipócrita mas os 3 G são insuficientes para mim e acabo sempre por pagar mais do que deveria; por outro lado, os 60 G de "utilização responsável" são mais que suficientes para a utilização que dou.

01 setembro 2009

Paixão insular

Há cerca de um ano estava num lugar que é Portugal sem o ser. Estive em algumas ilhas dos Açores. Na altura não tive oportunidade de fazer um post sobre esta viagem, mas hoje, quando faz 1 ano sobre a minha passagem por lá, resolvi escrever uma (a primeira!!!) série de 3 textos sobre a minha visita a este maravilhoso arquipélago.
Confesso que não queira ir, mas fui; essa história de "casal" tem muito o que se lhe diga.
Por não querer ir não criei grandes expectativas. Achava que nos Açores estava sempre a chover e que, paradoxalmente, a viagem seria uma seca.
Tínhamos planeado visitar 3 ilhas: Faial, Pico e S. Miguel.
Aterramos no Faial depois de um voo turbulento. Chovia e eu já dizia mal dos meus pecados. Contrariamente ao que eu esperava, estava calor. Alugamos um carro e fomos dar a volta à ilha. Aí começou uma viagem inesquecível.
Seguimos a estrada principal, que dá a volta à ilha do Faial, em direcção ao vulcão dos capelinhos. Deixara de chover e, tal como o tempo, meu humor começou a melhorar. Chegando ao vulcão a primeira paisagem de deslumbrar:


Passeamos um pouco pelas encostas do vulcão, por agora, adormecido e continuamos a viagem. Começava a ganhar gosto pela aventura. Víamos hortênsias, vacas e encostas típicas e devorávamos tudo aquilo, sedentos de conhecer mais.
Em pouco tempo demos a volta à ilha e chegamos à cidade da Horta.


Eu não fazia a mínima ideia da geografia dos Açores e foi uma grande descoberta o facto de a ilha do pico estar mesmo ali à nossa frente.

Seguimos em direcção da caldeira do Faial e aí a primeira desilusão: Não se via a ponta de um c. A névoa cobria a parte mais elevada da ilha e decidimos tentar no outro dia.
Dessa forma fomos "investigar" outras partes do Faial.

Cruzamos a ilha, voltamos à Horta e fomos visitar a caldeira do inferno.
Ficamos a admirar a beleza do lugar e depois demos um salto à praia da baía que se forma do outro lado desta caldeira.
O tempo corre depressa por aqui e logo se fez noite. Após um jantar num restaurante à beira-mar fomos tomar um café a um dos "ex libris" da ilha: o "Peter"


E "prontos", lá se foi o primeiro dia. O seguinte estava reservado para visita à ilha vizinha: Pico.
Do Faial fica a vontade de voltar nem que seja para ver o que a caldeira esconde!